.
.
.
A âncora é um instrumento náutico com utilidade específica e conceito que encerra conteúdos numerosos: o lugar comum é a âncora do discurso, o amor pela terra é a âncora que mantém o agricultor agarrado à arte de empobrecer alegremente, a paixão impossível é o sentimento que prende o solteirão ao celibato, blá, blá, blá... Usada na literatura, seja prosa, seja verso, é objecto de decoração e símbolo dos que fazem a vida no mar.
Começou por ser tosca, com forma de enormes calhaus descartáveis, por impossibilidade de serem içados depois de lançados ao fundo, evoluiu, e a sua concepção e fabrico transformou-se em ciência e arte exigente para a imaginação e criatividade, o que se traduziu ao longo dos séculos em múltiplas formas e técnicas de conceber o efeito “âncora”, ou para dizer melhor, de “fundear”, como os marinheiros chamam ao lançamento da âncora, também conhecida por “ferro”.
A que vemos nesta fotografia, à porta de um restaurante como objecto decorativo, é do tipo ordinário ou “Almirantado” e é das mais comuns. Mas outras existem com propriedades diferentes, adaptadas ao tipo de embarcação, ao fundo onde opera, à perícia dos mareantes, etc.
..
Sem comentários:
Enviar um comentário