domingo, 9 de janeiro de 2011

A CASA DE BONECAS

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Chegou-me hoje informação sobre a Região Autónoma dos Açores que é uma ternura e merecedora de ser divulgada, não se dê a eventualidade de alguém não a conhecer, como era o meu caso. É importante em face da atitude arrogante e imbecil do Senhor Carlos César, num desafio inqualificável ao governo do País, como se não estivesse à frente de uma Região sem ponta por onde pegar, totalmente dependente da benevolência (e burrice) de outrem.

O arquipélago tem população de 245.000 almas. Para se ter ideia do que tal significa, recorda-se que o município de Vila Nova de Gaia tem mais de 300.000 e, o de Sintra, mais de 400.000. Pois esta pequena Região custa anualmente mais de 600 milhões de euros: só com despesas de pessoal, gasta 300 milhões! As receitas próprias financiam apenas 88% desta última despesa, ou seja a do pessoal. Os restantes 12% e o custo do Plano de Investimentos dependem de fontes externas, através de transferências do Orçamento do Estado e da União Europeia. A economia da Região tem, portanto, como principal “negócio” a transferência de fundos.

Dir-se-ia que é justo porque o Governo Central tem obrigação de subsidiar os chamados custos da insularidade. Errado! Errado porque há despesismo megalómano inaceitável que tem de ser cortado urgentemente, mesmo contra os brados histéricos e insolentes de quem vive neste regabofe. A Assembleia Legislativa Regional tem 57 deputados (!) e custa anualmente 12 milhões de euros (para 245.000 almas!). O Governo Regional, além do Presidente, tem 12 Secretários e seus gabinetes, com secretárias particulares, adjuntos, assessores, Directores Regionais, chefes de gabinete, motoristas, blá, blá, blá... Só o Gabinete do Presidente e a Secretaria-Geral gastam 4 milhões por ano. O Gabinete do Secretário Regional da Ciência, Tecnologia e Equipamentos, 11 milhões. O Gabinete do Secretário Geral da Economia, 3 milhões. E o o Gabinete da Secretária Regional do Trabalho, 2,6 milhões.

Uma espécie de casa de bonecas aprimorada: pequenina, mas toda mobilada como se de uma casa real se tratasse, com máquinas de lavar louça e roupa, frigorífico, televisão, ar condicionado, triturador de lixo, garagem com carros, e por aí fora, tudo em escala mas pronto a funcionar, no caso do Senhor Carlos César e seus Secretários Regionais lhes apetecer brincar aos países encantados.

Num País falido!... Sem guita!... Que acham que o FMI, a caminho, vai dizer? E a estúpida da Senhora Merckel, que não é solidária? Gente sem imaginação, sem criatividade, sem sentimentos, prontes.
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