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Há algum tempo, dizia eu aqui ter lido, sobre a entrada de Portugal para membro não permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas, que o facto de passar a ter voz em decisões importantes para o mundo traz vantagens económicas imediatas, por atrair cooperação de países que generosa e interesseiramente ajudam, na mira de votações simpáticas no Conselho. Mostra a experiência que tais benefícios não têm vantagens no longo prazo, depois de cessar a actividade na ONU: há vários casos a documentar isto, em que tais países ficaram pior que antes.
Vem isto a propósito da compra de volumosa fatia da dívida portuguesa pela China. Já ontem falámos de outros motivos para o fazer, nomeadamente e em resumo, garantir o mercado europeu para os seus produtos através da valorização do euro e da popularidade conseguida na Europa; mas parece existirem outras motivações no caso português, verbi gratia entrar em bancos e outras empresas nacionais para aceder ao mercado africano, sobretudo de Angola, e contornar barreiras aos produtos chineses na União Europeia.
Naturalmentre, que a generosidade do tigre asiático vai ter compensações, como uma pauta fiscal especial para as suas mercadorias e uma voz na União Europeia incondicionalmente a seu favor. A Lusa Nação caminha para cavalo de Tróia da China na Europa.
Está Portugal a vender-se por algumas obrigações do Tesouro “maradas”? É provável que sim! O estadista de Vilar de Maçada, que ficará na História por “não estar de braços caídos” perante a crise, tem de explicar isto. Chegou a altura do Parlamento o chamar, sentá-lo numa cadeira e dizer-lhe: conta aí para a gente como é mesmo esse negócio com os chineses. A preocupação é que o homem é capaz de tudo para se manter a flutuar, negócios ruinosos de aflição incluídos.
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