.
.
.
Maria José Nogueira Pinto, na crónica que assina no “Diário de Notícias”, pergunta hoje, logo no início, esta coisa inspirada: quem quer o ónus em que Portugal se tornou?
Boa questão esta. Há tempos que as pessoas capazes deixaram de se interessar pela política pois tal envolve compromisso com a fama de oportunista, troca-tintas, interesseiro e pouco honesto. Quem deixa situações de boa posição profissional e económica, e com prestígio social, para se colocar na ribalta do escárnio e maldizer popular? Só quem não tem qualificação para vencer de outra forma, ou quem tem estômago para tirar partido de manobras obscuras. O chamado serviço público passou a ser evitado para preservar o bom nome. Não foi sempre assim, mas infelizmente agora é; e mais que nunca.
A isto acresce o facto do Estado se ter transformado nos últimos anos numa coisa medonha, qual rameira sem pudor nem vergonha, que se permite tudo e tudo permite. Em que a incompetência se aliou ao compadrio e à corrupção, em que cada lei feita é mais uma pazada de terra no buraco da sepultura do País, e em que uns tantos peraltas se pavoneiam nas alcatifas dos gabinetes do poder, exibindo com alarvice novo-riquismo e incultura provinciana sem qualificação. Uma lástima. Pior que a situação actual, é não ver quem lhe possa valer. Por isso a questão de Maria José Nogueira Pinto é inspirada: porque diz tudo isto de forma notavelmente sintética.
..
Sem comentários:
Enviar um comentário