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Segundo
os jornais, Hélder Bataglia, arguido no processo judicial decorrente da
"Operação Marquês", terá declarado
ao Ministério Público que o antigo presidente do BES, Ricardo Salgado, lhe pediu
para transferir 12 milhões de euros para a conta do empresário Carlos Santos
Silva.
De supetão — e inesperadamente — a defesa de José Sócrates disse hoje serem
“falsas, destituídas de qualquer fundamento e verdadeiramente absurdas” as
notícias sobre um alegado depoimento prestado no inquérito da "Operação
Marquês" que implica o ex-primeiro-ministro José Sócrates.
Digo inesperadamente porque na notícia sobre Bataglia
não há qualquer referência a Sócrates. Porque se sentem incomodados os seus advogados
pelo facto de se dizer que Carlos Santos Silva recebeu dinheiro
"sujo" de Ricardo Salgado? Não percebem que estão a dar o flanco ao
associarem eles próprios Santos Silva a Sócrates?
Há aspectos naquele processo que terão pouco valor
probatório em termos legais, por não preencherem com rigor exigências
jurídicas. Mas manda o bom senso ter dúvidas e fortes suspeitas face à versão
das "histórias" inverosímeis
contadas por Sócrates e seus advogados, "sócios"
e "amigos". A anedota do pingo de solda nos olho do canalizador repete-se
a toda a hora.
Muitos inocentes têm sido condenados ao longo da História por tribunais isentos
e rigorosos; mas também muitos culpados foram absolvidos pelos mesmos tribunais
por falta de provas com rigor forense. O cheiro do rato morto não prova em tribunal que o rato morreu. Mas quem o cheira tem poucas dúvidas.
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