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astros que nos guiam. Vamos de manso ao longo das costas... Ninguém nos vê:
só ondas ouvem as melopeias monótonas dos marinheiros, cujo ritmo obedece ao ritmo do quebrar da vaga contra o costado. — Eles vão, emplumados e vestidos de aço, arrogantes e cheios de império, com o seu grito estridente e trágico, ensurdecer e estontear o mundo! Ninguém diria dois povos irmãos; e são-no porque ambos obedecem a um motivo idêntico, a um pensamento igual, que está no fundo da sua alma inconsciente, como a chama que arde no cerne da Terra, dando origem a rochas tão diversas no aspecto, na cor, na rijeza, na estrutura, no mérito.
Portugal é um anfiteatro levantado em frente do Atlântico que é uma arena. A vastidão do circo desafia e provoca tentações nos espectadores, arrastando-os afinal à laboriosa empresa das navegações, que era para eles um destino desde que a política os destacara do corpo da Península. [...]
Oliveira Martins in "História de Portugal"
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