quarta-feira, 8 de junho de 2011

PLANETA FÍSICO VERSUS VIDA

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Considerando a medonha estrutura da Terra do ponto de vista humano, não é de estranhar que muitos investigadores da vida não dêem relevo ao papel dos seres vivos na evolução da estrutura física do planeta. Olhando para a figura e vendo o “inferno” que é o seu interior, se pensarmos que entretanto a superfície arrefeceu e tem a temperatura em que vivemos, considerar o papel da vida nas transformações sofridas ao longo de milhões de anos por este astro parece irrelevante. Mas não é, embora a biosfera se encontre numa faixa da superfície com pouquíssimos quilómetros de espessura.
A biosfera, composta maioritariamente por carbono, hidrogénio, azoto e oxigénio, condiciona quimicamente as características da atmosfera, dos oceanos e continentes e, curiosamente, são talvez os seres microscópicos de que nos esquecemos facilmente, os mais importantes nesse processo. Fenómenos como a erosão e as alterações climáticas regionais e globais mudam constantemente as características da crosta terrestre e, em consequência, a mecânica das placas tectónicas e a composição e cinética do manto terrestre.
Por outro lado, a Terra não é simples suporte passivo da vida. Ao contrário, é parceiro influente na evolução biológica: processos geológicos e astronómicos múltiplos condicionam a biosfera, especialmente ao determinar que formas de vida podem sobreviver, como ensinou Darwin.
No momento, não se tem ideia de quanto a vida mudou a Terra e quanto a Terra mudou a vida. Mas uma coisa se tornou clara no último Século: as características do planeta podem ser manipuladas por um único ser vivo, o Homo sapiens; felizmente, o ser capaz de escolhas sobre o que fazer. Pelo que se vai vendo, as escolhas até agora não têm sido as mais inspiradas.
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