domingo, 14 de novembro de 2010

CANDIDATO ALEGRE E OS TRISTES NEOLIBERAIS

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Manuel Alegre acusou este domingo o actual Presidente e candidato a novo mandato, Cavaco Silva, de ser «gestor de silêncios», dando como exemplo a “interpretação do processo das escutas”. Não percebo a relação entre a pessegada que Cavaco fez com imaginárias escutas e a “gestão de silêncios”, a menos que Cavaco se tenha remetido ao silêncio para não ser escutado; mas o vate sabe com certeza. O vate fala, e fala, e fala, como uma pilha Duracel; e fala bem.

E disse mais Alegre, com a fluência de quem tem a energia oratória de tribuno inspirado por energia renovável. Disse esta coisa original e inédita: Cavaco é um neoliberal! Grande malha esta!

Ser liberal já é vergonha inquantificável para o poeta, ele que jamais deixará passar os conspiradores contra o Serviço Nacional de Saúde, a escola pública e a segurança social estatizada, a não ser por cima do seu cadáver. Mas neoliberal, é de mais. Neoliberal passou a ser o pior labéu que se pode atirar ao inimigo. Neoliberais são os analistas dos mercados de capitais que não percebem o brilho da gestão financeira da dupla Sócrates/Teixeira dos Santos, que cometem o pecado capital de não serem solidários com uma democracia de sucesso como a nossa, e que têm dúvidas sobre a capacidade da República Portuguesa respeitar os compromissos assumidos com a dívida soberana. Cavaco é neoliberal porque aceita as análises que os especialistas fazem sobre Portugal. E os analistas são umas bestas. Pior, são neoliberais! Ah ganda Alegre!...
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