quarta-feira, 3 de novembro de 2010

O QUE DISSE NÃO FOI O QUE DISSE

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Ana Paula Vitorino fez chichi fora do penico ao declarar ter sido abordada por Lino para fazer o frete ao sucateiro de Ovar. Desde então - a gente não vê mas adivinha - tem sido amolada pelos barões do Partido Socialista, mais preocupados em manter as aparências do que com a verdade.

Então, Ana, a quem não convém nada estar de mal com eles, escreveu uma carta aos membros do grupo parlamentar do PS, prestando esclarecimentos. E o que diz Ana?

Diz ser lamentável a grave violação do segredo de justiça – questão de forma e não de substância, digo eu - e fala da publicação de “excertos truncados das suas declarações”. Mas o que vem transcrito na imprensa não pode ter significado diferente do que dele se deduz se não viesse truncado. E fala de versões romanceadas porque nunca se deslocou a Aveiro, como se isso tivesse alguma importância para avaliar o fundo da questão.

Depois de explicações mais ou menos ininteligíveis, termina com chave de ouro referindo que a defesa do Estado de Direito e da ética republicana estarão sempre na base do seu dever de colaboração com a justiça, no estrito respeito pela separação de poderes que a todos obriga, sejam operadores judiciários, responsáveis ou profissionais da comunicação social, pelo que rejeita veementemente quaisquer especulações políticas feitas com base em peças processuais cujo teor desconhece.

Perceberam? Eu não! Deve ser porque não sei o que é ética republicana.

Chama-se a isto dar uma no cravo e muitas na ferradura. Tem pilhas.
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