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O País atravessa uma crise gravíssima, das mais graves da História recente. A ameaça de entrar em bancarrota e na impossibilidade de comprar coisas essenciais para as quais não temos dinheiro, como energia, alimentação, produtos para a saúde e por aí fora, está aí à frente, e perto. Todos têm de mudar os hábitos que nos levaram a isto, o que não é fácil, especialmente para aqueles cujos hábitos já não têm margem de manobra para mudar.
Em circunstâncias assim, é fundamental o exemplo, em particular dos que pedem austeridade, sacrifício e trabalho. Quando o Primeiro-Ministro deixa de viajar em classe executiva, a economia daí resultante é desprezível, mas é um exemplo. Quando se eliminam os governadores civis, a economia é quase nula, mas é um exemplo. Naturalmente, tais exemplos, do ponto de vista material, não chegam para nada. Só pedantes e mal intencionados não percebem a importância do exemplo nestas coisas.
Agora, fala-se em reduzir o período de férias dos deputados para duas semanas e Suas Excelências não concordam: o governo que diga o que quer que eles façam durante o período cortado às férias de Suas Excelências para Suas Excelências compreenderem porque não podem ir a banhos, como é completamente justo, acrescente-se.
Parafraseando Bill Clinton e a sua mensagem eleitoral contra Bush, digo a Suas Excelências que a razão fundamental porque não podem ir a banhos tanto tempo, é o exemplo, estúpidos. E aproveito para explicar também a alguns opinantes, representados por um tal Pedro Marques Lopes, incarnado na qualidade de opinante político ouvido e lido não se percebe por alma de quem, porque são necessárias algumas medidas: é o exemplo, estúpido.
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