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Já me tenho referido ao modo como os municípios gastam dinheiro, sempre muito e de forma discutível. Há um critério globalmente saloio na forma de gerir muitas, talvez muitíssimas, autarquias, o que não será estranho ao endividamento público global. Não tenho dados - só palpites - mas suspeito que muita da dívida vem desse lado e das regiões autónomas.
Vem isto a propósito do estudo realizado por técnicos do ISEG sobre o verdadeiro universo das empresas municipais, revelador de factos importantes. Apesar de só pouco mais de metade dos municípios (55%) ter tal tipo de empresas, o número total será muito superior aos 281 oficiais, estimando-se em cerca de 400. E digo estimando-se porque algumas foram extintas recentemente. O passivo dessas empresas é de 2,7 mil milhões de euros e os activos são mil milhões. Quanto a funcionários foram até agora identificados 14 mil, sendo provavelmente este o único dado positivo de tais empresas, por criar postos de trabalho, só ensombrado pelo facto de terem globalmente 1.200 administradores cujo mérito, necessidade e critério de recrutamento, dado o observado neste e outros sectores, se receia sejam deploráveis.
Autarquias com recursos, empreendedoras e viradas para “aquilo a que os portugueses têm direito”, é óptimo, ninguém contesta. Mas se tal se faz de forma desligada da realidade, com visão exclusivamente paroquial dos problemas, sem sentido de solidariedade nacional, consumindo recursos de forma a contribuir para a crise de insolvência do País, é inaceitável. Infelizmente, muitos dos nossos autarcas têm um perfil assim.
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