Falei ontem "de raspão" no livro de Julian Barbour The End of Time. Não quero "pregar secas" a ninguém a mastigar conversas sobre o tempo. Podia ficar pela lengalenga do tempo que perguntou ao tempo quanto tempo o tempo tem e o tempo respondeu ao tempo que o tempo tem tanto tempo quanto tempo o tempo tem, mas a coisa cheira a chachada e não vale a pena gastar bits com ela.
Contudo, apetece-me deixar aos leitores (putativos!) um
parágrafo da introdução do livro. Reza assim:
Nada é mais
misterioso e ilusório que o tempo. Parece ser a mais poderosa força do
universo, transportando-nos inexoravelmente do nascimento à morte. Mas o que é o tempo, exactamente?
Santo Agostinho, que morreu em 430 AD, resumiu a questão: "Se ninguém me
pergunta o que é o tempo, sei o que é; mas se alguém pergunta, não sei
responder". Todos concordamos que está associado com mudança, crescimento
e senescência, mas é mais que isso. As interrogações são muitas. Move-se em frente,
trazendo um presente sempre a mudar? O passado ainda existe? Onde está ? O futuro é pré-determinado e, sentado, espera por nós, embora não
saibamos o que é? Todas essas perguntas são abordadas neste livro, mas a mais
importante é a que Santo Agostinho não sabia responder: o que é o tempo?
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