A propósito da
venda da TAP e do coro desafinado de protestos que tem motivado, falei há dias
dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo, como a TAP um cancro económico e
social com anos de evolução, conservado meticulosamente em microclima
artificial pelos adeptos do quanto pior, melhor, do costume. Hoje leio no
jornal "Público" uma carta à Directora com que não posso estar mais
de acordo e, por isso, transcrevo a seguir.
O Estaleiro já se
acabou, a TAP está-se a acabar, falta o Metro mais a Carris, meu rico S.João
dá-me um balão para eu brincar.
Havemos de ir a
Viana...
Desde criança que
fui habituado no mês de Agosto ir a Viana do Castelo assistir à Romaria da Senhora
da Agonia e confesso que o que mais adorava era ver os cabeçudos a desfilar.
Dei comigo a pensar nesta cena quando li há dias que os estaleiros navais estão
a erguer-se graças à nova gestão que tem conseguido várias encomendas e com
isso contratado e subcontratado algumas centenas de trabalhadores o que é
óptimo para Viana, para o País e para a economia nacional
e tudo isto após vários anos ter causado enormes danos a todos nós.
Pelos vistos,
quando digo a todos nós, talvez seja um exagero pois ninguém esquece a romaria
da brigada do quanto pior, melhor, que se deslocou à cidade foz do rio Lima em
Dezembro de 2013 na tentativa habitual de impedir qualquer solução. Como se já
não bastasse o rombo na época causado pela anulação da encomenda de dois ferryboats
feita pelo governo socialista dos Açores, soube-se hoje que a eurodeputada socialista
Ana Gomes continua na sua luta protestando contra a própria decisão de Bruxelas
que foi favorável ao governo. Será difícil imaginar com que tamanho devem estar
nesta altura as cabeças daquela brigada? Termino lembrando Amália, “Se o meu
sangue não me engana, havemos de ir a Viana”, em homenagem àquela gente tão
pura e trabalhadora.
Jorge Morais,
Porto
.
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