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NADANDO EM DINHEIRO
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Há coisas no mundo das finanças
e da economia que, para um leigo como eu — quase com o dinheiro guardado no
colchão e sem um cêntimo de dívida a ninguém, seja banco, seja Carlos Santos
Silva, amigo do Zezito —, são uma charada: como essa trapalhada do ouro; do "dinheiro
papel ou metal sonante"; do "dinheiro papel tout court", tipo acções, obrigações e outras formas de papel
alegadamente representando dinheiro; e por aí fora.
Fui hoje assaltado por esta
ideia ao ler um artigo de Ed Conway no The Times.
Diz Conway: "Há uns dois meses, o Bundesbank anunciou, com surpresa nossa, que nos últimos quatro
anos o Banco Central da Alemanha havia transferido 300 toneladas de ouro do
Banco da Reserva Federal em Nova-Iorque para os seus cofres em Frankfort. A
transferência estava prevista para 2020, mas os alemães, ansiosos, anteciparam-na
três anos. Porque quis um banco central repatriar ouro numa época em que o ouro
não tem grande coisa a ver com o sistema monetário internacional? A explicação
oficial foi a de que, numa era pós Guerra-Fria, não faz sentido espalhar
reservas económicas pelo mundo, embora haja outras teorias.
Em boa verdade, o problema
diz respeito à diferença entre o ouro que as pessoas julgam ter e o ouro que têm
na realidade. Se todo o ouro extraído
até hoje das minas do planeta fosse
fundido, mal chegaria para encher três piscinas olímpicas. Mas o ouro que os
investidores pensam que têm, em papel e por aí fora, se existisse, seria muito
mais — provavelmente bastante para encher Loch Ness. Por outras palavras, se o quisessem vender, ficariam com as mãos cheias de papel de embrulho, ou coisa pior.
Perante este cenário, o que
conta acima de tudo é ter a "coisa", a "massa", o "cacau",
o "pilim", ou o que lhe quiserem chamar, na mão. Voilá!!!... Aqui está um "intelectual" que pensa como eu. Que bem o entendo...
Ed Conway é o editor económico
da Sky News — deve ser um nadinha menos
burro que eu, e eu tenho a mesma visão que ele. Por isso, não vou dormir
descansado esta noite — e na Segunda-Feira vou ao banco buscar o dinheirinho da minha pensão e
metê-lo no colchão. Ai vou, vou...
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