O The Times de hoje inclui um artigo intitulado "Exame do cérebro
pode avisar doentes do perigo de morte" ou uma trampa assim — Brain
test will warn patients of death risk. Em resumo, a peça sintetiza o estudo feito com ressonâncias magnéticas do cérebro de vários cidadãos, relacionando as alterações
observadas com a sobrevivência dos examinados, até um horizonte de
sete (7) anos. Portanto, vai-se ao médico perguntar se estamos para morrer
amanhã, ou só daqui a três, ou seis, ou mais anos, com a certeza que morrer,
morremos. É de morrinhanha esta!
E sabem porque é importante saber se estamos para
morrer? Porque assim podemos tomar precauções! Não se trata de fazer
testamento, ir ao confessionário, ou coisas equivalentes. Não senhor(a)!
Trata-se de "emendar a mão" e não fazer asneiras, isto é, comer só cozidos
e grelhados, não fumar, fazer desporto e não tomar a sério o frenesim de Marcelo.
Não lembra ao diabo! É a ciência ao serviço da
ansiedade! O que será pior: viver em paz e um belo dia, daqui a três anos, "acordar" morto, ou viver seis anos
a contar os dias que faltam para a consumação da sentença médica?
A primeira regra da Medicina, porventura a mais
importante, é antiga — é de Hipócrates, está em vigor há mais de 23 séculos e
diz assim: Primum non nocere, o mesmo
que Primeiro, não fazer mal — ou seja, Antes de tudo, não fazer jericadas. E
fazer ressonâncias para dizer aos incautos que vão morrer daqui a um ano, ou
dois, ou... — quantos mais pior — é jericada de alto coturno. Como dizia um
velho mestre que tive, o papel aguenta tudo; até os discursos de Jerónimo no Avante sobre política patriótica e de
esquerda. É bem verdade!
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