quinta-feira, 20 de abril de 2017

PARA MEMÓRIA FUTURA


Se no passado se vê o futuro, e no futuro se vê o passado, segue-se que no passado e no futuro se vê o presente, porque o presente é futuro do passado, e o mesmo presente é o passado do futuro.
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Autor: Pe. António Vieira
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Uma geração que consente deixar-se representar por um regime como este é uma geração que nunca o foi! É um coio d'indigentes, d'indignos e de cegos! É uma resma de charlatães e de vendidos, e só pode parir abaixo de zero!
Abaixo a geração!
Morra o regime, morra! Pim!
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Autores: Herdeiros de Almada Negreiros
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David Marçal é um homem da Ciência, humorista, divulgador e muitas mais coisas, entre as quais blogger — "Cientistas de Pé".  Hoje escreve no "Público" sobre as vacinas, tema do momento. Diz a páginas tantas o que se transcreve a seguir porque todos devemos contribuir, de acordo com o que podemos, para divulgar mensagens como a de David Marçal:

[...] A Direcção-Geral da Saúde e vários médicos têm alertado (e bem) para a necessidade da vacinação. Felizmente que a recusa das vacinas não tem no nosso país a expressão trágica de outros (que nos pode afectar pela importação de focos de contágio).
Mas a sensibilização para as vacinas deve enquadrar-se também à luz da avalanche legislativa que nos últimos anos contribuiu em Portugal para credibilizar os terapeutas alternativos, que atrás nos seus consultórios vendem impunemente mentiras acerca das vacinas e “vacinas alternativas”.
O primeiro decreto-lei, assinado em 2003 pelo primeiro-ministro Durão Barroso, enquadra legalmente as terapias alternativas e obriga, na prática, à sua regulamentação. Seguiu-se a publicação de um conjunto de portarias delirantes que definem as terapias alternativas como “abordagens holísticas, energéticas e naturais do ser humano”, falam em “desarmonias energéticas”, “redes de meridianos” e outras coisas que não significam nada.
Mas prevêem que estes terapeutas mágicos sejam credenciados e possam pendurar nas paredes dos consultórios respeitáveis cédulas profissionais emitidas pela administração central do sistema de saúde. Outro conjunto de portarias alucinogénicas governamentais, de 2014, definiu os conteúdos programáticos para as licenciaturas em terapias alternativas, em coisas como a auricoloterapia (a ideia de que o pavilhão auricular é como uma boneca vudu em que cada ponto corresponde a uma parte do corpo) e a iridologia (o mesmo nos olhos). Toda esta legislação que contribui para dar indevidamente crédito a quem aconselha a não vacinar deveria ser já revogada. No Orçamento do Estado de 2017, e com base nesta cangalhada legal, o BE, PSD, CDSPP e o PAN aprovaram a isenção de IVA para as terapias alternativas, com efeitos retroactivos, o que é um incentivo público aos movimentos antivacinas. O actual enquadramento legal das vacinas pressupõe uma percepção pública dos perigos das doenças infecciosas. Essa percepção está a mudar, paradoxalmente, face ao sucesso das vacinas. Está na altura de pensarmos numa lei de vacinação obrigatória, pelo menos para algumas vacinas, e com penalizações associadas. Há vários países com leis desse tipo. Não estou certo de que a vacinação deva ser obrigatória para frequentar a escola, uma vez que a escolaridade também é obrigatória. Mas pode-se aplicar instrumentos de coacção legal aos pais que recusam vacinar os filhos. Porque não, não é uma decisão individual. É uma responsabilidade colectiva e dela depende a segurança de todos.
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Aqui fica para memória futura; cumprido o dever.
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