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Ben Macintyre é autor de vários livros e ocasional colunista no The Times. Hoje escreve sobre a
"Retorcida Lógica dos Terroristas para Atingir Crianças", no fundo análise
rápida da psicologia do "bombista suicida", e diz coisas surpreendentes,
não necessariamente pela ordem que vou seguir.
Ao longo da História, sempre existiram pessoas dispostas a morrer para
matar outras pessoas; mas a ideia de suicídio como forma de terror é recente.
A
expressão "bombista suicida" foi usada pela primeira vez pelo The Times, em 1945, referindo-se aos
pilotos kamikase japoneses. Durante a jihad contra os
soviéticos no Afeganistão, entre 1979 e 1989, não houve um único ataque de
bombistas suicidas. No resto do mundo, na década de 80, registaram-se 3 por ano,
em média. Nos anos 90, um por mês. Entre 2001 e 2003, 1
por semana. E desde então há um todos os dias, pelo menos.
Quanto à personalidade dos actores/autores, as coisas complicam-se. A
maioria é constituída por jagodes novos do sexo masculino, mas pouco mais têm
em comum. Uns são inteligentes, outros "calhaus com olhos"; uns foram
objecto de "lavagem ao cérebro", outros "lavaram-no" eles
próprios; uns são nervosos e irritáveis, outros calmos e "relaxados";
uns são ricos, outros pobres; e um grande número já praticou outros crimes.
O que parece uni-los mais é o narcisismo e um sentimento de fraqueza
disfarçada com demonstrações de violência e terror, sensação de vitimização e
alienação. Muitos são estropiados e alguns simplesmente suicidas — o terror é secundário.
Adam
Lankford, autor do The Myth of Martyrdom, escreve que sofrem de um misto de medo, fracasso,
culpa, vergonha e raiva. E, de forma preocupante e inesperada, há um factor — prosaico — que tem
sido pouco valorizado: o atentado bombista/suicida, como muitas coisas na vida
moderna, está na moda. Matar os filhos dos "cruzados" que se
divertem num concerto pop é uma forma de vingança original com montes de it!
Vivemos num mundo de répteis?
Muito abaixo!...
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