sexta-feira, 26 de maio de 2017

ABAIXO DE RÉPTIL

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Ben Macintyre é autor de vários livros e ocasional colunista no The Times. Hoje escreve sobre a "Retorcida Lógica dos Terroristas para Atingir Crianças", no fundo análise rápida da psicologia do "bombista suicida", e diz coisas surpreendentes, não necessariamente pela ordem que vou seguir.
Ao longo da História, sempre existiram pessoas dispostas a morrer para matar outras pessoas; mas a ideia de suicídio como forma de terror é recente. 
A expressão "bombista suicida" foi usada pela primeira vez pelo The Times, em 1945, referindo-se aos pilotos kamikase japoneses. Durante a jihad contra os soviéticos no Afeganistão, entre 1979 e 1989, não houve um único ataque de bombistas suicidas. No resto do mundo, na década de 80, registaram-se 3 por ano, em média. Nos anos 90, um por mês. Entre 2001 e 2003, 1 por semana. E desde então há um todos os dias, pelo menos.
Quanto à personalidade dos actores/autores, as coisas complicam-se. A maioria é constituída por jagodes novos do sexo masculino, mas pouco mais têm em comum. Uns são inteligentes, outros "calhaus com olhos"; uns foram objecto de "lavagem ao cérebro", outros "lavaram-no" eles próprios; uns são nervosos e irritáveis, outros calmos e "relaxados"; uns são ricos, outros pobres; e um grande número já praticou outros crimes.
O que parece uni-los mais é o narcisismo e um sentimento de fraqueza disfarçada com demonstrações de violência e terror, sensação de vitimização e alienação. Muitos são estropiados e alguns simplesmente suicidas — o terror é secundário. 
Adam Lankford, autor do  The Myth of Martyrdom, escreve que sofrem de um misto de medo, fracasso, culpa, vergonha e raiva. E, de forma preocupante e inesperada, há um factor — prosaico — que tem sido pouco valorizado: o atentado bombista/suicida, como muitas coisas na vida moderna, está na moda. Matar os filhos dos "cruzados" que se divertem num concerto pop é uma forma de vingança original com montes de it!  
Vivemos num mundo de répteis? 
Muito abaixo!...
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