Investigadores portugueses publicaram ontem, na
revista "Royal Society Open Science", a descoberta dum peixe,
habitante do rio Ocreza, capaz de se reproduzir sozinho, sem interferência da
fêmea. A reprodução de fêmeas sem participação de macho é conhecida e chama-se
partenogénese. Tive mesmo um professor na Faculdade, muito devoto, que dizia
ter sido a gravidez de Maria, mãe de Jesus Cristo, um caso de partenogénese.
Mas a reprodução de macho sem participação de fêmea, chamada androgénese, só tem
sido observada em invertebrados.
Porém, no rio Ocreza estava guardada a surpresa (rima e é verdade, como sempre) — um Squalius alburnoides (Bordalo) filho tinha exactamente o mesmo genoma do pai e, de fêmea, nem raspas; isto é, era um clone do pai.
Porém, no rio Ocreza estava guardada a surpresa (rima e é verdade, como sempre) — um Squalius alburnoides (Bordalo) filho tinha exactamente o mesmo genoma do pai e, de fêmea, nem raspas; isto é, era um clone do pai.
Não tarda, surge a
viabilidade de produzir artificialmente a androgénese no homem e vai ser uma
trapalhada — não técnica, mas ética. Cada vez que a ciência avança, o complexo ética/religião/costumes
ataca. Habitualmente, depois de muita refrega, as coisas acalmam e acaba tudo
bem, como a história da Albânia a que me referi atrás (nos blogs é ao
contrário: as histórias são escritas de baixo para cima e lidas de cima para
baixo).
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