[...] Mas Salvador Sobral, músico com algumas virtudes, não é
evidentemente o problema. O problema é o descaramento com que tantos se banham
num sucesso que, discutível ou não, é inequivocamente dele. Na linha da frente,
conforme é inevitável, surgiram os profissionais do ramo. O dr. Costa louvou a
“expressão pessoal do sentimento”. E o prof. Marcelo jurou que “quando somos
muito bons, somos os melhores dos melhores”. A primeira frase é o vazio, a
segunda um embaraço. O facto é que, movidas pelo oportunismo ou pela maior das
inocências, as ejaculações nacionalistas padecem de um princípio comum: a
convicção de que festejar o êxito alheio nos dispensa de trabalhar em prol do
próprio. [...]
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Alberto Gonçalves in "Observador"
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