terça-feira, 14 de setembro de 2010

EM DEFESA DOS ÓCULOS


Os óculos estão na ponta final. A cirurgia oftalmológica e outras artes da especialidade mais ou menos malabares estão a dar cabo da indústria e comércio de lentes e armações. E é pena!
Os óculos são utensílios como os suspensórios, o chapéu, o cachecol, até o relógio que, além do propósito útil, moldam a imagem do janota, ou da janota. Com eles e sem eles não é a mesma coisa. Há quem os adore, como Elton Jones e Sarah Palin, e quem os deteste. Mas uma coisa é certa: o mundo não seria o mesmo sem eles.
Imaginem Gandhi, Malcolm X, John Lennon, ou Clark Kent de cara despida. Não dá... A armação traduz uma personalidade, o modo de usar óculos exprime um sentimento. Há gesto mais superiormente desaprovador do que olhar alguém por cima das armações com a testa franzida? Ou coisa mais reveladora de ansiedade do que o tique de repetidamente ajustar o apoio dos óculos no nariz?
Em nome da boa ordem social, faço um apelo aos oftalmologistas: não acabem de repente com essa engenhosa invenção dos óculos. Se pensarem bem, vêem que a natureza colocou as orelhas e o nariz no sítio onde estão, precisamente para usarmos óculos. Não o fazer é contra naturam.
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