quinta-feira, 23 de abril de 2015

PRÓS E CONTRAS

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Helena Cristina Coelho escreve hoje no "Económico" um artigo, intitulado  "O Mapa Cor-de-Rosa", sobre os planos do PS para a economia apresentados há dois dias. É uma boa peça, com os prós e os contras do programa "Uma Década para Portugal". Pedindo desculpa por truncar o artigo e fazer colagens que não estou autorizado a fazer, e nem sequer seguem a ordem do texto original, transcrevo a seguir três parágrafos capazes, em minha opinião, de resumir a ideia toda da jornalista.

i) PRÓS

É certo que as medidas mais recentes, sob o jugo da ‘troika', também não conseguiram muito melhor. Há crescimento, mas continua tímido. Há receita fiscal, mas tem sido à custa de uma espécie de saque às carteiras dos portugueses. Há emprego, mas ainda falta muito para muitos. E o impacto social da austeridade não tem medida.

ii) CONTRAS

Mas ainda há muitos espinhos neste plano cor-de-rosa que podem ferir a própria estratégia socialista. Este é um plano que parece apostar mais no Estado do que na iniciativa privada como motor de desenvolvimento, que parece acreditar mais no consumo interno do que na capacidade de vender para os mercados externos, que parece privilegiar o rendimento das famílias à competitividade das empresas. Um plano em que as tentações despesistas regressam em força à máquina do Estado, o que pode confrontar o país com a ameaça que viveu numa década não muito distante: a década em que se injectou dinheiro na economia, à conta de subsídios, crédito, investimento público, e mesmo assim não se evitou uma economia anoréctica, uma dívida obesa e, por fim, o pedido de resgate financeiro.
Depois, é importante perceber como se pagam todas aquelas medidas, como se devolve rendimento sem abalar o equilíbrio ainda frágil das contas públicas, qual o modelo para sustentar a segurança social, que estabilidade se oferece a investidores e empresários se houver nova mexida no IRC, como se incentiva o consumo interno sem aumentar em excesso as importações? São muitas questões a que ainda faltam respostas nesta agenda. Mas, apesar do que ainda falta limar ou definir, ou dos cenários que parecem pecar por excesso de optimismo, esta espécie de agenda de António Costa já é um bom ponto de partida. A campanha para as legislativas pode começar.

Tiro o chapéu à jornalista pela capacidade de síntese.
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