sexta-feira, 12 de outubro de 2018

FOI DA FALTA DE VISTA

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Há já algum tempo, o Ministro da Defesa Nacional, José Azeredo Lopes, interrogado por um jornalista se havia cumprido serviço militar obrigatório, informou-nos que não, por “falta de vista” (sic). Não duvido nem um poucochinho que o Professor Azeredo Lopes tem “falta de vista” ― não falo de miopia, hipermetropia, ambliopia, astigmatismo, queratocone, daltonismo, estrabismo, glaucoma, retinopatia, ou outra das múltiplas entidades mórbidas do foro da Oftalmologia que afligem muita gente. Naturalmente, tendo em conta o modo como o Senhor Ministro Lopes tem tratado o caso do furto das armas de Tancos e do seu quase milagroso aparecimento em Portela de Carregueiros, não ficam dúvidas que sofre de “falta de vista”, constituindo mesmo um sintoma patognomónico do síndrome. E a lição a tirar do aqui comentado é que doravante todos os convidados a constituir futuros governos sejam sujeitos a inspecção prévia, não da Junta Médica que inspeccionou o Senhor Ministro Lopes quando era mancebo e já estarão todos a fazer tijolo, mas por Junta com a mesma competência, a fim de prevenir casos iguais ou equivalentes à comédia de Tancos, fruto do síndrome de “falta de vista”.
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