O Ministro do ambiente Matos Fernandes, com a sua voz de altifalante de feira ― tipo Bruno de Carvalho, como diz Vítor Espadinha ―, anunciou ontem, urbi et orbi: "Hoje é muito evidente que quem comprar um carro a diesel muito provavelmente daqui a quatro ou cinco anos não vai ter grande valor na sua troca" (sic). E mais não disse porque, para jericada, já basta assim.
É claro que a jericada pode estar certa, mas não é tão linear como parece. Por um lado, os actuais fabricantes de carros aperfeiçoam cada vez mais os motores de combustão interna, reduzindo a emissão de gazes poluentes. Por outro, porque a produção e abate de veículos eléctricos polui mais do que a produção e abate de automóveis a gasolina ou diesel. E, finalmente, porque a energia usada no abastecimento dos motores eléctricos é produzida, em grande parte, pela queima de combustíveis fósseis, sobretudo carvão. É a pescadinha de rabo na boca e só a experiência mostrará se os carros eléctricos prestam. Acrescente-se a isto o alarme que as declarações do ministro lançaram no mercado automóvel! Só à porrada!...
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