Falámos ontem de electricidade e da sua produção em centrais térmicas e de fontes alternativas. Perguntar-se-á agora: mas afinal que é isso da electricidade? Em boa verdade, toda a gente sabe; mas interessará relembrar alguns conceitos.
Começamos por recordar o que já referimos muitas vezes: a matéria é constituída por átomos que têm um núcleo onde estão arrumados protões, com carga positiva, e neutrões, sem carga eléctrica. À volta desta estrutura gravitam electrões, com carga negativa, em órbitas com a característica de se localizarem no espaço como se deslizassem sobre a superfície duma esfera. O número de protões é igual ao número de electrões, de tal forma que o átomo é neutro, sem carga eléctrica.
Quando o átomo perde um electrão, surgem duas entidades muito instáveis, porque fora da arquitectura normal da matéria: o ião, neste caso positivo; e o electrão isolado. Se o electrão encontra um ião positivo novo, instala-se nele. E se o ião encontra um electrão, capta-o e integra-o em si. Pode fazê-lo “roubando-o” a outro átomo.
Chegados aqui, diremos que a corrente eléctrica consiste numa sucessão de fenómenos deste tipo: ião positivo capta electrão, originando outro ião positivo que capta novo electrão, formando outro ião positivo que capta novo electrão, blá, blá, blá (ver Figura). A corrente eléctrica consiste na sucessão destes fenómenos ao longo dum condutor. Na realidade e, em síntese, consiste num fluxo de electrões ao longo do condutor.
Quando o número de iões positivos no início do condutor é muito grande, diz-se que a carga eléctrica é muito grande, podendo originar uma corrente forte. Quando o número é pequeno, blá, blá, blá.
A geração de electricidade consiste em criar iões positivos e electrões livres num corpo. Consegue-se, por exemplo, friccionando um pano de lã num metal, ou fazendo girar um íman no interior duma bobine de fios condutores.
Se uma matéria tem átomos difíceis de ionizar, como acontece com a borracha, o plástico e o ar seco, é má condutora, o mesmo que dizer que tem muita resistência. Se é fácil de ionizar, como o cobre, o alumínio e o aço, é boa condutora e tem pouca resistência.
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