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A humanidade é apenas escória química dum planeta de dimensão
modesta, em órbita à volta duma estrela média, nos subúrbios de uma das
centenas de milhares de milhões de galáxias que existem no Universo. Esta frase
arrasadora é a afirmação típica do que se chama Princípio da Mediocridade.
Tal como o Principio de Copérnico, que acabou com a ideia
da Terra como centro do Universo, o Princípio da Mediocridade acaba com a ideia
antropocêntrica, ao defender que a vida na Terra, homem incluído, depende de
umas quantas moléculas, em grande parte comuns a todos os astros, e que as leis
da ciência que conhecemos se aplicam a tudo, em toda a parte. Com tempo, é
razoável esperar o aparecimento de vida em muitos locais do Cosmos, sendo
possível que já exista. Tal ideia foi reforçada pela descoberta de Hubble, da enorme
dimensão do Universo, muito maior do que se imaginava.
O homem, segundo o Princípio da Mediocridade, não tem
nada de especial. O conhecimento actual aponta para o facto de descender de um
antepassado comum com o chimpanzé e o bonobo, de há seis milhões de anos, com
os quais compartilha 98% do ADN. Embora nos anos 90 do Século XX ainda se
acreditasse que tinha 300.000 genes, sabe-se hoje que tem apenas o modesto
número de 24.000.
Naturalmente, o Princípio da Mediocridade como doutrina
materialista, tem detractores. Não vou entrar na discussão. Falo dele porque
parece ter o seu papel na Filosofia Científica. E sobretudo porque é um factor
de humildade para o homem, coisa muito louvável.
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quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012
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