terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

É A VIDA!...

.
Darwin chegou à conclusão que as novas espécies surgem a partir de outras espécies, por mutações do ADN e adaptação ao meio. Pasteur foi mais longe quando disse que a vida resulta sempre doutra vida – não há geração espontânea em Biologia. Mas tal é verdade só agora; porque a vida teve um início, antes do qual não existia. Esse é um dos fascinantes aspectos da ciência actual.
Há várias perspectivas sobre isso. Para simplificar, falaremos da mais provável, qual é a de que tudo começou com a química chamada pré-biótica, ou seja, com a síntese dos compostos orgânicos que formam os organismos vivos e não existiam. Tais processos requeriam alguns compostos inorgânicos, energia e catalisadores - substâncias que promovem e aceleram as reacções químicas.
A clássica experiência de Stanley Miller permite admitir que isso não teria sido muito difícil. Fazendo passar uma corrente eléctrica através de mistura de vapor de água, amónia, metano e hidrogénio, Miller gerava uma série de moléculas orgânicas, incluindo aminoácidos, as “pedras” de que são feitas as proteínas. Além disso, formavam-se compostos intermediários necessários para a síntese das bases do ADN. A corrente eléctrica pode na experiência desempenhar o papel dos relâmpagos de trovoada, que existiam. O que não sabemos é se havia na atmosfera os gases da experiência, ou outra mistura equivalente, eventualmente mais eficaz.
A função dos catalisadores podia ser desempenhada a este nível bioquímico por metais como o ferro, o magnésio, o zinco, o cobre, o cobalto, o níquel e por aí fora.
A fase química pré-biótica não é muito difícil de admitir. O mais complicado é perceber como, com a presença de compostos necessários à vida, eles se organizaram para formar os primeiros seres, necessariamente muito simples e rudimentares. A verdade é que a vida tinha à sua frente milhões de anos para tentar a sua sorte. E esta surgiu, como está à vista.
Não está excluída a possibilidade de alguns passos terem sido facilitados pela chegada de material de outros planetas, em meteoritos. Há mesmo quem admita que a vida chegou já pronta a servir, vinda do espaço. Tal teoria, a ser correcta, não explica muito porque fica por compreender como se formou a vida noutro astro.
Com a química pré-biótica em fase avançada, logo que o ADN surgiu, podemos dizer que a vida estava no papo. Na realidade, o que caracteriza a vida é a capacidade de reprodução. E para esta ocorrer só com ADN, veículo das características das espécies ou, provavelmente neste caso, da espécie.
.
A figura em cima e à direita mostra a experiência de Miller.
A figura da esquerda é um fóssil de micro-organismo de uma só célula, com 580 milhões da anos, encontrado em Doushantuo, na China.
.

Sem comentários:

Enviar um comentário