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Quase todas as espécies animais conhecidas têm aproximadamente
o mesmo número de seres do sexo masculino e feminino: não exactamente, mas
próximo disso. Não se verifica, por exemplo, a ocorrência de 30% dum sexo e 70%
do outro. Dir-se-á que é natural porque o sémen do macho tem metade dos espermatozóides
com cromossoma X e outra metade com cromossomas Y e, pela lei das
probabilidades, o resultado natural é esse.
Contudo, o raciocínio é matemático e não biológico e, de
acordo com o que sabemos sobre a evolução das espécies, há casos em que as
coisas, aparentemente, deveriam ser diferentes. Por exemplo, as morsas têm a
particularidade dos exemplares masculinos, na sua maior parte, morrerem virgens
por ausência durante toda a vida de contactos sexuais com as fêmeas. É situação
biologicamente aberrante porque pequena percentagem de seres do sexo masculino
asseguram a sobrevivência da espécie, sendo a parte restante um peso inútil que
consome recursos e não serve para nada em termos do interesse da população.
Deveria haver qualquer coisa do tipo de 10% de machos reprodutores e 90% de
fêmeas, chegando-se a tal proporção através de mecanismos de evolução capazes
de eliminar os menos aptos, neste caso os não reprodutores. O raciocínio parece
correcto mas não está. Porque, apesar dos não reprodutores não terem
descendência, a característica não reprodutiva continua a manifestar-se nos descendentes
dos reprodutores. Isto é, não fica claro que a ausência de capacidade de
reprodução seja uma característica genética.
Especulando, os “estéreis” podem ter papel que nos escapa
na sobrevivência da espécie, digo eu. Qualquer coisa do tipo da defesa
colectiva, do suporte aos jovens e às fêmeas, da resistência às condições
ambientais rigorosas, blá, blá, blá. Gostava de saber, mas não sei.
terça-feira, 28 de fevereiro de 2012
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