A respeito do documento, assinado por 30 personalidades, sobre a situação da Grécia:
[...] Um cidadão incauto tenderia a achar que os gregos, pelo menos os transtornados gregos da "rua" local, precisam de juízo e, com frequência, da cadeia.
As "personalidades" em causa discordam. Nas suas doutas opiniões, a violência em Atenas é uma "luta" contra o "cortejo de sacrifícios". A alternativa aos sacrifícios é uma "Europa solidária aos problemas sociais e aos direitos das pessoas". Dito com franqueza, o pandemónio grego justifica-se até que os países ricos da União voltem a patrocinar incondicionalmente as idiossincrasias laborais dos indígenas. Nas entrelinhas, adivinha-se idêntica receita para Portugal, cuja população deve irromper em fúria a fim de estimular a solidariedade dos contribuintes alemães.
Não se percebe porque é que os contribuintes alemães se hão-de maçar demasiado com, no limite, a destruição do Partenon ou dos Jerónimos. Percebe-se que as "personalidades" citadas não se prendam com trivialidades. De Vasco Lourenço a Boaventura Sousa Santos, passando por D. Januário Torgal e Carvalho da Silva, nunca qualquer dos 30 subscritores se notabilizou pela lucidez. A excepção é o primeiro subscritor, de sua graça Mário Soares, em tempos conhecido como o pai da democracia e hoje misteriosamente empenhado em ser o respectivo coveiro.
Alberto Gonçalves in “Diário de Notícias”
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