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Fernanda Câncio opina hoje no DN sobre os abusos do
Ministério Público e de um juiz de instrução num processo que têm entre mãos—mais
concretamente, o decorrente da Operação Marquês—e fala, entre outras coisas, sobre
a "denegação de acesso a banho e muda de roupa durante vários dias de
detenção".
Câncio acha que depois da célebre peça "Vamos a
supor", vertida pela Dr.ª Paula Lourenço no Boletim da Ordem dos Advogados,
devia a Procuradoria-Geral da República tomar medidas imediatas e não permitir
mais violências como a de não dispor alguém de um par de ceroulas para manter o assento
asseado. São factos assim que enviesam a Justiça, penso eu também.
Mas, tanto quanto se percebe da prosa—também ela
enviesada—de Câncio, a Procuradora-Geral da República terá já informado em comunicado
que as referidas acusações da advogada Paula Lourenço estão no recurso para a
Relação sobre as medidas de coacção, tendo o Ministério Público tomado posição
no local próprio. Sendo assim, não se percebe o que Câncio quer—provavelmente,
só fazer ruído.
E fazer ruído num caso e numa situação em que devia haver
declaração prévia de conflito de interesses, não classifica grandemente a jornalista.
Também é verdade que a jornalista não é grandemente classificável, facto a ter em conta no apreço do pasquim.
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