segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

OS MODERNOS FRANKENSTEINS

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Mauro Costa-Mattioli é biólogo, natural do Uruguai, com formação académica feita em França e no Canadá. Desde há tempos, dedica-se à regulação da síntese de proteínas e, ultimamente, à de proteínas com participação na formação da memória.
O processo é controlado por um mecanismo de fosforilação que não interessa agora. O importante é que Costa-Mattioli consegue aumentar ou diminuir a memória de ratos manipulando o referido processo de fosforilação. Isto é: rato inteligente ou burro depende da vontade de Costa-Mattioli. Numa declaração sobre o resultado do trabalho, disse esta coisa inquietante:

É surpreendente ver que, mudando um aminoácido, faz-se um animal inteligente. Procedendo ao contrário, fazemo-lo estúpido.

Mauro acha surpreendente. Eu também. Sobretudo, acho preocupante. À medida que gera capacidade de manipular processos cada vez mais finos da personalidade, a ciência começa a configurar-se como arte de Frankenstein. Depois de experiências como as dos nazis, corremos o risco da arte ser usada no homem. Já temos a fertilização in vitro e as barrigas de aluguer. Faltava a programação prévia da personalidade do futuro neófito. Aí está ela!
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