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António José Seguro era um
nabo?
Sim—António José Seguro era um nabo. Bom homem, e muito provavelmente sério,
coisa extraordinária na política
lusitana, mas não dava uma para a caixa. Os associados socialistas, habituados
ao foguete de lágrimas socrático, desesperavam. O politiqueiro Soares, mais as
suas calinadas recorrentes, faz mais o seu género.
De repente, Costa
perfila-se no horizonte socialista. “Históricos”, fósseis da ética republicana,
“Ordem da Jarreteira”, chocas e
capotes, espadas, chifres e derrotes, poetas, cravos
e dichotes exultam e descartam Seguro─lixo.
António Costa era o Messias há muito esperado! Costa começa por guardar de Conrado o prudente silêncio
e conhece um período de graça (nacional!). Mas político calado é mau. Disso se
queixavam os fósseis do Rato e Costa tem de falar. E fala. Cantou a tempo!
Hoje, ou ontem, coisa que
não interessa, declarou (urbi et orbi)
que Portugal
está numa situação "bastante diferente" da que estava há quatro anos─para melhor.
Claro que depois da
calamidade chamada Sócrates acertou em cheio, o que não era difícil. Mas uma
tirada assim, nem de Seguro! Agora aguarda-se o que dirá Soares da inspirada
saída. Soares, que tanto insensou Costa, provavelmente entope, como fez
com Hollande. Costa é o Hollande português, está mais que visto. Só não faz
incursões nocturnas de lambreta por Lisboa—...que se saiba.
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