segunda-feira, 1 de junho de 2015

CULTIVEMOS A EMPATIA

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Empatia, dito de forma tosca, é caminhar nas botas de outrem; ou seja, a capacidade de nos identificarmos com a cabeça do vizinho e conhecer e sentir as trapalhadas que lá moram. É um fenómeno universal no Homo sapiens, embora com maior ou menor expressão, podendo em casos raros ver-se reduzido a proporções mínimas e preocupantes, como—diz quem sabe—acontece com os psicopatas, insensíveis ao psiquismo alheio.
Tem duas vertentes a empatia, a afectiva e a cognitiva ou intelectual, o que não carece de explicação por ser evidente. Uma respeita aos sentimentos a outra ao raciocínio abstracto. Acrescento que tal nomenclatura é inventada por mim e pode não ser do agrado dos especialistas, mas não interessa isso.
Falo nisto porque li hoje um artigo sobre Sherlock Holmes, vejam lá! Holmes era um Fórmula 1 em matéria de empatia, talvez o principal segredo do seu êxito como investigador. Um dos primeiros cuidados depois de se inteirar  dos factos conhecidos sobre um crime era "calçar as botas" de todos os intervenientes no drama, animais incluídos, como acontece com um cavalo no romance "Silver Blaze". Punha-se na cabeça daquela gente toda, por dentro.
Mas Holmes tinha uma capacidade—que quase ninguém tem—quando raciocinava sobre comportamentos humanos. Separava a empatia afectiva da cognitiva. Podia "calçar as botas" afectivas dos protagonistas sem calçar as intelectuais e vice-versa. A incapacidade de o fazer leva-nos a vieses do raciocínio que frequentemente não nos permitem compreender comportamentos inesperados, pois partimos do princípio que todas as cabeças  funcionam da mesma maneira. Por vezes estamos em presença de balanços afectivos/cognitivos extravagantes, do que resultam figuras raras.
E chegado aqui, estou onde queria, que é a empatia com esse fenómeno caricato chamado Sampaio da Nóvoa: da Nóvoa é um caso raro de distorção intelectual pela afectividade. O homem é um histrião cujo discurso não passa de manifestação incontinente de vaidade. Toda a sua faculdade intelectual se esgota na actividade histriónica. Seria apenas ridículo se, de forma inesperada, não houvesse tanta gente, aparentemente no pleno uso de todas as faculdades mentais, a levá-lo a sério. É perigoso o homem. E digo isto porque vivo num País onde uma personagem como o Zezito foi duas vezes eleito Primeiro-Ministro, uma das quais com maioria absoluta!
Cuidado com o voto! Para surpresa já bastou o Passos Coelho.
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