Não me ocorre nada mais perturbante para a humanidade que
a eventual descoberta de vida extraterrestre. Só na Via Láctea, a nossa
galáxia, haverá milhões de planetas com condições para a suportar. Considerando
a dimensão do universo, com milhões de galáxias, pensar que só existe vida num
pequeníssimo planeta a 150 milhões de quilómetros de distância duma
estrela insignificante é prosápia, para não dizer bacoquice.
Sabemos que a vida tem muitas formas. Tal como a
conhecemos, vai da elementaridade do prião e do vírus, até ao Homo sapiens; mas, quando falo em
perturbação pela existência de vida extraterrestre, refiro-me em particular à
vida inteligente, considerando inteligente qualquer coisa igual ou superior à
burrice que nós somos; sem esquecer que outras formas elementares podem
representar a incipiência inicial de outro Homo
sapiens, ou equivalente.
Ao detectar mais formas de vida inteligente, o problema
não será o do convívio mútuo, dada a colossal barreira da distância que nos
separa. Os problemas daí decorrentes serão
de natureza cosmológica, biológica, filosófica, ética e religiosa, pelo menos.
Que tipo de civilização será a desses humanóides? Serão
tecnologicamente mais avançados que nós? Provavelmente sim pois, caso contrário,
não conseguiríamos encontrá-los. E que valores éticos respeitam? Distinguem o
bem do mal e como o fazem em caso afirmativo? Terão convicções religiosas e quais?
Conheceram profetas e reveladores de Deus? Têm famílias? Como estão organizados
socialmente? Que tipo de estruturas montaram no capítulo do que chamamos órgãos
políticos? E na organização do trabalho? E da saúde? E rebabá?
Há um enorme rol de perguntas a fazer, muitas delas—certamente—com
respostas inesperadas e chocantes para o nosso ponto de vista. Não consigo
antever a volta que o fenómeno iria dar aos terráqueos e à sua
"civilização". Provavelmente, já nem o Jesus iria para o Sporting,
pago pelos angolanos!
E pelo Jesus não vai nada?...
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