quinta-feira, 4 de junho de 2015

OS ET

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Não me ocorre nada mais perturbante para a humanidade que a eventual descoberta de vida extraterrestre. Só na Via Láctea, a nossa galáxia, haverá milhões de planetas com condições para a suportar. Considerando a dimensão do universo, com milhões de galáxias, pensar que só existe vida num pequeníssimo planeta a 150 milhões de quilómetros de distância duma estrela insignificante é prosápia, para não dizer bacoquice.
Sabemos que a vida tem muitas formas. Tal como a conhecemos, vai da elementaridade do prião e do vírus, até ao Homo sapiens; mas, quando falo em perturbação pela existência de vida extraterrestre, refiro-me em particular à vida inteligente, considerando inteligente qualquer coisa igual ou superior à burrice que nós somos; sem esquecer que outras formas elementares podem representar a incipiência inicial de outro Homo sapiens, ou equivalente.
Ao detectar mais formas de vida inteligente, o problema não será o do convívio mútuo, dada a colossal barreira da distância que nos separa. Os problemas daí decorrentes  serão de natureza cosmológica, biológica, filosófica, ética e religiosa, pelo menos.
Que tipo de civilização será a desses humanóides? Serão tecnologicamente mais avançados que nós? Provavelmente sim pois, caso contrário, não conseguiríamos encontrá-los. E que valores éticos respeitam? Distinguem o bem do mal e como o fazem em caso afirmativo? Terão convicções religiosas e quais? Conheceram profetas e reveladores de Deus? Têm famílias? Como estão organizados socialmente? Que tipo de estruturas montaram no capítulo do que chamamos órgãos políticos? E na organização do trabalho? E da saúde? E rebabá?
Há um enorme rol de perguntas a fazer, muitas delas—certamente—com respostas inesperadas e chocantes para o nosso ponto de vista. Não consigo antever a volta que o fenómeno iria dar aos terráqueos e à sua "civilização". Provavelmente, já nem o Jesus iria para o Sporting, pago pelos angolanos!
E pelo Jesus não vai nada?...
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