O leitor incauto que acaba de começar a ler isto, ou começa a acabar de ler, ou até nem sabe que isto existe—não interessa para o caso!—cada vez que respira, ou melhor, cada vez que inspira, insufla nos seus pulmões oxigénio que veio do mar. Sabia? Não sabia!...
Vivemos numa atmosfera que tem quase 21% de oxigénio, o
segundo gás mais abundante no ar que respiramos, logo a seguir ao azoto (78%).
Há astros que nem têm oxigénio, veja lá! Se existimos, na perfeição que somos,
é graças a ele.
E sabe porque há tanto oxigénio? Claro que sabe—porque as
plantinhas queridas fabricam a comidinha delas a partir do dióxido de carbono
do ar, com a ajuda da luz solar, e deitam ao lixo oxigénio que nós respiramos.
É verdade: tão finos que somos e respiramos o lixo da indústria alimentar das
plantas. Quem diria?!...
E chegados aqui, perguntará o leitor incauto a que título
vem a conversa do oxigénio que vem do mar como a sardinha. Vem porque 50% a 85%
desse oxigénio é produzido por vegetais marinhos que constituem o chamado fitoplâncton.
Plantinhas verdes amorosas que vivem perto da superfície do mar, a profundidades
até onde o sol penetra, andam à deriva com as correntes e que, além de produzirem
oxigénio para mais de 7 mil milhões de mulheres e homens e muitos outros bichos,
ainda servem de alimento para parte importante da fauna do mar. São a base da
cadeia alimentar marítima. Está a ver?
Por isso, não fique contrariado se, ao dar um mergulho,
ficar enrolado no que lhe parece uma impertinência do oceano. Não é! São
plantinhas amigas que só pensam em si e não o querem ver com falta de ar.
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