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Jacob Burak é o fundador do Alaxon, magazine digital de cultura, arte, e ciência popular, onde
escreve regularmente. Vive em Telavive e
o seu último livro tem o título "Gato Preto num Quarto Escuro" (Black Cat in a Dark Room — 2013).
Hoje li um artigo seu, com o
título Overvaluing confidence, we’ve forgotten the power of humility, o mesmo que — sobrevalorizando a
confiança, esquecemos o poder da humildade. Muito bom!
Aconselho vivamente a leitura aqui. É pequeno, mas excelente, e fácil de ler. Reproduzo a seguir algumas passagens, começando
pelo princípio — como diria o Senhor de La Palice.
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Se tivesse um bocado de humildade, seria perfeito, terá dito o magnata dos media Ted Turner nos anos 90, num momento de exuberância narcisista. Embora Turner se tenha tornado mais humilde desde então, a actual geração de empresários tech manifesta a mesma arrogância.
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Se tivesse um bocado de humildade, seria perfeito, terá dito o magnata dos media Ted Turner nos anos 90, num momento de exuberância narcisista. Embora Turner se tenha tornado mais humilde desde então, a actual geração de empresários tech manifesta a mesma arrogância.
Ser humilde porquê? Afinal, Aristóteles
dizia: "Todos os homens, por
natureza, desejam saber". A
humildade intelectual é uma forma especial de humildade, uma vez que se pode conhecer
a realidade de muitas coisas e continuar a ignorar as nossas limitações
mentais. Humildade intelectual significa
reconhecer que não sabemos tudo — e que não
devemos usar o que sabemos em nosso proveito. Pelo contrário, deve aceitar-se que provavelmente temos vieses na convicção de quanto sabemos e procurar fontes da informação que nos falta.
A Internet e os media digitais
criaram a ideia do conhecimento sem limite, ao alcance dos dedos. Mas,
porque nos fazem preguiçosos, abriram um espaço que a ignorância pode preencher.
No site Edge, a psicóloga Tania Lombrozo, da Universidade da Califórnia, explica como a tecnologia aumenta a nossa ilusão de saber. Diz que a forma como
acedemos à informação sobre uma matéria, é critica para a nossa compreensão —
quanto mais facilmente podemos chegar a
uma imagem, a uma palavra, ou a uma afirmação, mais provável é pensarmos que
aprendemos com sucesso e, assim, abstermo-nos do esforço do processamento
cognitivo.
Einstein sabia-o quando dizia "informação não é
saber". Laszlo Bock, chefe do serviço de pessoal da Google, numa entrevista, dizia que a humildade era uma das qualidades
que procurava nos candidatos a emprego mas que essa era uma qualidade difícil
de encontrar em pessoas que raramente tinham tido insucessos; e
acrescentava: "Sem humildade, não
se pode aprender". Um pouco irónico,
vindo de uma empresa que, mais que qualquer outra, tudo fez para fazer a informação parecer
instantânea, definitiva e à-mão-de-semear.
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