terça-feira, 11 de abril de 2017

O CRONÓMETRO MOLECULAR

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No ADN está gravada a história da nossa família — diz lá porque é que o Joãozinho é tão parecido com o avô Henrique, a Ermelinda mete os pés para dentro como a mãe e o Nicolau é canhoto sem que haja mais ninguém esquerdino na família viva, e por aí fora. E mais!... Diz coisas que são de há milhares de anos, até milhões. Parece mentira, mas é verdade.
É que, conhecendo a história das variações do ADN nas espécies que antecederam o homem, desde os primeiros primatas até hoje — e isso faz-se estudando fósseis e respectivo ADN — consegue-se perceber como as coisas funcionaram e quando funcionaram. Por isso se tiram conclusões que fazem suspeitar de "certas conversas" a parecer afirmações de António Costa ou Centeno, guarda-livros do Reino. Na paleontologia molecular não há nada que enganar — quase tudo que rima é verdade — e pode concluir-se muita coisa certa. Por isso se lhe chama cronómetro molecular.
Então pode afirmar-se que macaco, homem de Neanderthal e homem adepto do Benfica, ou do Porto, não sei se do Sporting, era tudo a mesma coisa, entre 9,3 e 6,5 milhões de anos, como se vê na figura em cima. A partir daí, a família bifurcou-se, indo os chimps para um lado e os antepassados do homem-homem e do homem-de Neandertal para outro. Estes só se separaram entre 750.000 e 550.000 anos atrás, chegando a cruzar-se. O homem de Neandertal desapareceu — kaput! — há umas dezenas de milhares de anos. Há quem diga que por ser burrito, embora tivesse um cérebro maior que o nosso. Talvez fosse cabeçudo e estúpido, digo eu.
Então ficamos nós e os chimps. Provavelmente, iremos nós antes deles, fenómeno previsível se Trump durar muito tempo.
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Nota - pode ler muito mais sobre isto aqui.
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