Na nossa galáxia — Via Láctea — existe uma nuvem de gás e
poeira espacial perto da constelação Orion (ver figura em baixo) e por isso chamada Nuvem Molecular Orion,
que é importante "maternidade" de estrelas. Em alguns locais, o
gás e a poeira comprimem-se por efeito da gravidade,
com a pressão e a temperatura interior a subirem de tal maneira que pode
ocorrer fusão nuclear, responsável pela emissão de energia, como acontece nas
estrelas, v.g. o Sol, e nas bombas de hidrogénio — embora estas sejam "brinquedinhos"
quando estamos a falar de estrelas.
Pois, há cerca de 500 anos, duas dessas proto-estrelas, ou
seja, estrelas em vias de "acabamento", passaram próximas e, atraídas
pela gravidade, "rasparam" uma na outra. Se uma raspadela de dois
camiões, ou de dois navios, já é coisa complicada, imagine-se o que será a
raspadela de duas estrelas, ou quase-estrelas — foi "tudo pelo
ar!". Foram as duas proto-estrelas envolvidas na acidente
"rodoviário", mais as que, incautamente, estavam nas proximidades, mais o gás, mais a poeira espacial —
um espalhafato maior que o fogo de artifício da passagem de ano na Madeira.
Proto-estrelas, gás, poeira e mais um par de botas, voaram espaço fora a mais
de 150 km por segundo, libertando energia equivalente a 10
milhões de anos de actividade do Sol. É obra!
E chegado aqui — e era aqui que queria chegar depois
de ler as notícias de hoje — pergunto seriamente: e a aliança do
Porto com o Sporting contra o Benfica? Que acham? Acreditam que vai resultar? Para ser franco, não
creio. O drama ocorrido há 500 anos envolveu duas proto-estrelas. A guerra
Porto/Sporting vs Benfica envolve uma estrela já completa — e bem acabada —
que é o Benfica, e dois gases mal-odorosos, provavelmente cólicos. Só e apenas isso! — não dá nada.
A imagem em cima é uma reconstituição do fenómeno de há 500
anos. A colocada aqui em baixo é da nuvem de gás e poeira com a maternidade de estrelas na parte inferior, abaixo da constelação Orion.
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