domingo, 7 de maio de 2017

DOLICOCÉFALO ENSAIA SOBRE ADMIRAÇÃO !!!

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No Século XVIII, Adam Smith escreveu que a admiração surge quando somos confrontados  com alguma coisa nova e singular que a memória não consegue enquadrar na nossa experiência porque não se assemelha a nada que tenhamos visto ou vivido — suponho que era isto que Adam Smith dizia por outras palavras. E, na obra em que o dizia, a "História da Astronomia" (1795), defendia que a admiração era crucial para a ciência, porventura o seu principal motor — motor de arranque, acrescentaria eu, se Adam me permitisse. No século anterior, Francis Bacon era menos grandiloquente e referia-se à admiração como "conhecimento estragado", ou "incompreensão mistificada" que só a Ciência pode curar. Diga-se que nem um nem outro estavam a pensar na derrota do Sporting com o Belenenses por 1-3 em Alvalade — o que, em boa verdade, não admira ninguém — mas em coisas como espaço celeste, astros, constelações, Universo e sua origem, em Deus, nas pirâmide do Egipto, na arte rupestre e outras artes e por aí fora.
Na realidade, Jesse Prinz — que já digo quem é — considera, como principais frutos da admiração, a Ciência, a Arte e a Religião. E porquê?... Porque qualquer delas é a tentativa humana de explicar factos, entidades, causas, sentimentos e mais um par de botas que o Homo sapiens não percebe. E repare-se como na História aqueles frutos andaram tantas vezes, e tanto tempo, associados, muitas vezes sobrepostos até. Pense-se na associação da Arte com a Religião, já perceptível nas pinturas das grutas dos cavernículas e depois na Arquitectura das grandes catedrais, na música sacra, na pintura de Michelangelo, rebabá. E como a Religião  ora choca com a Ciência, ora a abraça, verbi gratia as quezílias de Galileu com o Papado e o aproveitamento do mesmo Papado da Teoria do Big-Bang para suportar a explicação metafísica do Genesis, rebabá outra vez.
Em resumo, Arte, Ciência e Religião são frutos — umas vezes viçosos, maduros e saborosos, outras podres e mal-cheirosos — da admiração. Por isso, me admiro tanto e gasto tantos pontos de admiração (ou exclamação, expressão física dela), sobretudo quando me ocupo de Marcelo "Esteves". É a personalidade que mais !!!!!!!!!!!!!! me faz usar.
Perguntará  quem, incautamente, me esteja a ler: Mas a que propósito vem este agora com tal conversa? É verdade: é estranha a conversa. Mas li hoje um ensaio de Jesse Prinz onde estas coisas estão muito bem explicadas e que o convido a ler também — AQUI
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