Leio
no jornal —
com algum espanto — que o Ministro da Cultura falou hoje ao País
através da comunicação social. E digo com algum espanto porque julgava (julgava mal,
como se comprova pela autópsia) que já não havia tal especialidade, a de Ministro da Cultura. Mas há, o que nos deixa mais sossegados. Chama-se, segundo
parece, Luís Filipe de
Castro Mendes e fala bem, como convém a um Ministro da República.
Segundo de Castro-Mendes
(o "de" e o hífen são meus mas justificam-se), a vitória de “Amar pelos dois”, é um reconhecimento importante da
criatividade e do talento dos portugueses, e a qualidade da obra e da
interpretação é confirmada pelo facto de a música ser tão ouvida e “tão amada”
pelo público". Estou seguro que "de" Castro-Mendes sabe do
que fala e, se diz que a criatividade e o talento nacional foram reconhecidos
com a obra em apreço, é porque foram. E também que a qualidade da obra e da
interpretação... rebabá, idem aspas. Porque "de" Castro-Mendes é Ministro
da República e, seguramente, recebeu um fax
sobre isso tudo do Serviço de Informações Estratégicas de Defesa. É assim que
funcionam as democracias organizadas: como "manda a sapatilha".
A finalizar, "de"
Castro-Mendes acrescentou: E o resto é a satisfação e alegria dos portugueses por verem
que uma belíssima canção ganhou o festival de uma maneira despojada,
artisticamente exigente e com uma grande criatividade, talento e audácia. Luís de Camões
não diria melhor! Ganda Mendes, que
julguei já tinhas morrido!
.
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