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Cavalo de "alta-escola"
€ 118.000
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Pertencer à categoria dos ricos é objectivo
para número significativo de almas. Se falarmos em muito ricos, paradoxalmente,
talvez não haja tanta gente candidata. E, pornograficamente ricos, ainda menos —
é que tal condição implica bastante trabalho. Mas nem é do trabalho que quero
falar — porque até há gente que gosta de trabalhar —, mas antes da qualidade de ser pornograficamente rico.
Primeiro, esclarecer que o pornograficamente
rico só lá chegou — quase sempre — porque era um muito rico a procurar
"subir na vida", ou seja, atingir o patamar pornográfico e teve êxito.
Em termos práticos, a nova condição não lhe serve de muito; essa é a verdade. Não
passa a desfrutar de nada que não pudesse desfrutar antes. Então, porque trabalhou para o
ser? É uma boa pergunta a que nem ele sabe responder.
Mas a matéria está, se não estudada, pelo menos
pensada; e a resposta tem a ver com o que preocupa tal classe sócio-económica.
No fundo, é exibicionismo tout court!
Que mais pode interessar, depois de ter tanto dinheiro, que mostrar ter coisas
que ninguém, ou quase ninguém, tem? Este é o equivalente ao Bosão de Higgs ou Partícula de Deus da Física Atómica no fenómeno sociológico da
riqueza excessiva. É investir, por exemplo, mundos e fundos para conseguir um
encontro com o Dalai Lama, jantar com Mr. Trump na Feira-Popular, tomar chá com
Her Majesty the Queen no Buckingham
Palace, ou receber uma comenda de Marcelo "Esteves".
Na impossibilidade de tais feitos, compram-se
jóias caríssimas para que conste, ou casas, triciclos, bicicletas, aviões,
iates, rebuçados, chupa-chupas, carros e por aí fora. O que é preciso é que
conste, repito. E se é o seu caso — sei que muitos são leitores d'O Dolicocéfalo —,
aqui fica uma sugestão, à direita: o Bugatti Chiron. Custa menos de € 3.000.000 e faz um
vistão. O Zezito, também conhecido por Zé Sousa e Sócrates de Vilar de Maçada, vai roer-se
de inveja!
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