O anarquismo baseia-se na observação de que, sendo poucos os homens capazes de se governar a si próprios, são ainda menos os capazes de governar os outros.
Edward Abbey
segunda-feira, 30 de novembro de 2009
A URGÊNCIA DE FAZER DO DIÓXIDO DE CARBONO UM BEM TRASACIONÁVEL E LUCRATIVO
Mais de 50% da energia eléctrica consumida nos Estados Unidos é gerada em centrais térmicas onde é queimado carvão. Se considerarmos que o gás natural é utilizado para produzir 20% daquela energia, concluímos que, pelo menos, 70% da electricidade americana provém da queima de hidrocarbonetos de combustíveis fósseis. O panorama mundial não será muito diferente e, globalmente, deve ser pior. Uma barbaridade!
Mas dada a insaciável apetência do homem pela energia no mundo actual, aqueles números têm de ser aceites como factos consumados para o futuro de médio prazo. Já não será mau se não aumentarem. Então, torna-se necessário, no mínimo, procurar diminuir o efeito ambiental de tais costumes e, por isso, se procuram activamente meios de promover o sequestro do dióxido de carbono lançado para a atmosfera no fumo das centrais. O meio mais racional e natural consiste no reflosteramento, o que se vai fazendo graças ao entusiasmo de alguns carolas, embora o esforço seja minúsculo e os resultados lentos.
É hoje tecnicamente possível, embora com algum custo, separar o dióxido de carbono das restantes emissões das centrais. Não se anulam todos os poluentes, como os óxidos de azoto e enxofre por exemplo, mas capta-se um gás de grande capacidade calorífica, com papel importante no efeito estufa e, alegadamente, no aquecimento global – digo alegadamente no mesmo sentido com que os jurista usam o termo em relação à culpa dos arguidos, antes dos processos transitarem em julgado. O isolamento do CO2, a sua compressão e o transporte são relativamente fáceis do ponto de vista da exequibilidade. A dificuldade reside no destino a dar ao gás, isto é, onde sepultá-lo.
Os oceanos podem constituir enormes túmulos para o dióxido de carbono produzido industrialmente mas há dúvidas sobre as consequências da acidificação da água na fauna e flora marinhas, embora pareça que a inclusão de ferro evita o pior.
As soluções encaradas como mais satisfatórias consistem na injecção em reservas de carvão, pois este fixa o CO2 e liberta gás natural, que pode ser explorado, ou a injecção nos chamados poços de petróleo maduros, que são poços em fim de vida de exploração. O CO2 é injectado por baixo do petróleo, provocando a subida do seu nível e permitindo prolongar temporalmente a extracção. Adicionalmente, pode ser incluído em aquíferos salinos, impróprios para exploração.
Naturalmente que, conhecendo nós a mentalidade maioritária dos grandes empresários, todos estes procedimentos só terão o desenvolvimento necessário numa de duas circunstâncias: quando o panorama geral da Terra for tão mau que eles cheguem à conclusão que ou isso ou a ruína total, ou quando puderem fazer qualquer coisa com o dióxido de carbono sequestrado que lhes renda muito dinheiro.
Mas dada a insaciável apetência do homem pela energia no mundo actual, aqueles números têm de ser aceites como factos consumados para o futuro de médio prazo. Já não será mau se não aumentarem. Então, torna-se necessário, no mínimo, procurar diminuir o efeito ambiental de tais costumes e, por isso, se procuram activamente meios de promover o sequestro do dióxido de carbono lançado para a atmosfera no fumo das centrais. O meio mais racional e natural consiste no reflosteramento, o que se vai fazendo graças ao entusiasmo de alguns carolas, embora o esforço seja minúsculo e os resultados lentos.
É hoje tecnicamente possível, embora com algum custo, separar o dióxido de carbono das restantes emissões das centrais. Não se anulam todos os poluentes, como os óxidos de azoto e enxofre por exemplo, mas capta-se um gás de grande capacidade calorífica, com papel importante no efeito estufa e, alegadamente, no aquecimento global – digo alegadamente no mesmo sentido com que os jurista usam o termo em relação à culpa dos arguidos, antes dos processos transitarem em julgado. O isolamento do CO2, a sua compressão e o transporte são relativamente fáceis do ponto de vista da exequibilidade. A dificuldade reside no destino a dar ao gás, isto é, onde sepultá-lo.
Os oceanos podem constituir enormes túmulos para o dióxido de carbono produzido industrialmente mas há dúvidas sobre as consequências da acidificação da água na fauna e flora marinhas, embora pareça que a inclusão de ferro evita o pior.
As soluções encaradas como mais satisfatórias consistem na injecção em reservas de carvão, pois este fixa o CO2 e liberta gás natural, que pode ser explorado, ou a injecção nos chamados poços de petróleo maduros, que são poços em fim de vida de exploração. O CO2 é injectado por baixo do petróleo, provocando a subida do seu nível e permitindo prolongar temporalmente a extracção. Adicionalmente, pode ser incluído em aquíferos salinos, impróprios para exploração.
Naturalmente que, conhecendo nós a mentalidade maioritária dos grandes empresários, todos estes procedimentos só terão o desenvolvimento necessário numa de duas circunstâncias: quando o panorama geral da Terra for tão mau que eles cheguem à conclusão que ou isso ou a ruína total, ou quando puderem fazer qualquer coisa com o dióxido de carbono sequestrado que lhes renda muito dinheiro.
PEDAÇOS DE IMPRENSA
[...] Na semana passada , António Mota, dono da Mota Engil, desdobrou-se numa série de raras entrevistas que o seu grupo organizou em que falou a vários órgãos de Comunicação Social, como se fosse titular das pastas conjuntas da Economia, das Finanças e do Planeamento. Fez bem. Na situação de exiguidade a que o Estado português se remeteu, ele é provavelmente já isso tudo e muito mais.
Mário Crespo
"Jornal de Notícias"
30 de Novembro de 2009
Mário Crespo
"Jornal de Notícias"
30 de Novembro de 2009
domingo, 29 de novembro de 2009
SÉCULO XXI: MALTHUS E MALTESES
No ano 10.000 antes de Cristo, a população da Terra seria entre 1 e 10 milhões de almas e, no primeiro ano da era cristã, de 170 a 400 milhões. Há pouco mais de 50 anos aquele número estava compreendido entre 2,4 e 2,55 milhares de milhões e é actualmente de cerca de 7 mil milhões. Embora a taxa de crescimento tenha desacelerado a partir dos anos 60 (figura ao lado), prevê-se que existirão mais de 9 mil milhões de criaturas humanas na superfície terráquea em 2050.
A capacidade de fornecer alimentação, água, energia e cuidados básicos de saúde a toda essa gente não existe agora e existirá ainda menos no futuro. Neste momento, 800 milhões de pessoas sofrem de subnutrição e 2 mil milhões têm uma alimentação deficitária, qualitativa ou quantitativamente. Quarenta por cento da população actual tem água insuficiente para o consumo mínimo e o World Water Assessment Program estima que nos próximos 20 anos a quantidade de água disponível per capita diminuirá 30%. E 50% das reservas mundiais de petróleo, uma das principais fontes energéticas no actual paradigma internacional, foram consumidas (figura em baixo); existem ainda perto de 1 milhão de toneladas de reservas de carvão, mas a sua utilização como combustível começa a tornar-se impraticável se não forem investigadas e postas em marcha técnicas de reduzir a poluição que ocasiona; as energias alternativas renováveis, com excepção da hídrica, estão em estado embrionário; e o nuclear tem problemas ambientais que carecem ainda de muita digestão científica, tecnológica, política, filosófica, sociológica, ecológica, e não só.
A vontade política de resolver os problemas mencionados não tem sido um prodígio de voluntarismo. Mas também é preciso dizer que, com o aumento da humanidade, a capacidade de assistir os povos mais desprotegidos não consegue atingir os objectivos pretendidos. Por outro lado, a discussão desta matéria está inquinada por uma disputa sem solução. Tipicamente, o representante duma nação rica dirá que o mundo está ameaçado pela catástrofe causada pelas alterações climáticas, ou pela depleção dos recursos naturais, ou pela diminuição da biodiversidade, e não pode continuar a suportar o crescimento populacional; e que, para preservar o ambiente, é preciso controlar o crescimento da população mundial, concentrando-nos nos países pobres, onde ele ocorre principalmente.
O representante do país pobre dirá que, se o mundo enfrenta uma crise ambiental, isso não é da responsabilidade dos pobres, os quais usam poucos recursos; que a culpa é dos países ricos ao utilizarem imensos recursos e energia, causando a maior parte da poluição; e que, em boa verdade, deviam diminuir o consumo, quer para promover a justiça no acesso aos bens da civilização, quer para preservar o meio ambiente.
Por outro lado, dizemos nós agora, a intensificação da agricultura para acorrer ao problema da fome não é matéria pacífica. A agricultura intensiva reduz a biodiversidade, fragmenta ecossistemas naturais como a floresta, polui reservas de água e consome quantidades apreciáveis de energia, contribuindo eventualmente para o aquecimento global.
Malthus está enterrado e a corrente neo-malthusiana, agora pudicamente chamada de planeamento familiar, não acrescentou muito à resolução do problema. Definitivamente, há coisas com que a humanidade tem de se habituar a viver. São tão antigas como ela e só morrerão com ela, se alguma vez a humanidade morrer.
sábado, 28 de novembro de 2009
QUEM SE PREOCUPA?
[...] Se não houvesse a Europa e se ainda houvesse Forças Armadas, já teríamos tido golpes de Estado. Estamos à beira de iniciar um percurso para a irrelevância, talvez o desaparecimento, a pobreza certamente. Duas coisas são necessárias para evitar isso. Por um lado, a consciência clara das dificuldades, a noção do endividamento e a certeza de que este caminho está errado. Por outro, a opinião pública consciente. Os poderes só receiam uma coisa: a opinião dos homens livres. [...]
António Barreto
In "I", 28.11.2009
António Barreto
In "I", 28.11.2009
AS SUBTILEZAS DO DIREITO
Há coisas complicadas nas discussões jurídicas a que assistimos diariamente. Por exemplo:
1 - O Procurador Geral da República (PGR) recebeu várias certidões extraídas das escutas realizadas na investigação do caso das sucatas e onde, alegadamente, existiriam indícios de crime contra o estado de direito por parte do primeiro-ministro. Leu as transcrições e concluiu que não havia indícios de crime. Contudo, enviou as peças ao presidente do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) para saber se as escutas em causa eram válidas. Este não as considerou como tal, decretou a sua nulidade e ordenou a destruição de todos os seus suportes. O PGR encerrou, então, a questão.
Pergunto para que serviu a intervenção do presidente do STJ se tais peças não iriam ser utilizadas em nenhum processo?
2 - O cidadão Armando Vara estava sob escuta, com autorização de um magistrado da primeira instância. O cidadão José Sócrates telefonou ao amigo Vara e foi, naturalmente, apanhado na escuta. Como há uma lei que diz vagamente que o primeiro-ministro não pode ser escutado sem autorização do Presidente do STJ, essa escuta não vale.
Pergunto, se eu telefonar a um amigo que está sob escuta e for apanhado, essa escuta é válida, apesar de não ter sido autorizada por um magistrado da primeira instância, que é suficiente no caso da minha reconhecida insignificância? Isto é, porque sou insignificante, num caso assim posso ser escutado sem autorização de um magistrado?
Seguramente, tais dúvidas decorrem de manifesta ignorância dos meandros fascinantes do Direito e das suas subtilezas. Acho que só pode ser isso e peço desculpa por estar a importunar.
sexta-feira, 27 de novembro de 2009
PENSAMENTO
Celebridade é uma pessoa que trabalha arduamente toda a vida para ser conhecida e depois usa óculos escuros para não ser reconhecida.
Fred Allen
Fred Allen
EVOLUCIONISMO, CRIACIONISMO E IMOBILISMO
Em pleno Século XXI, a relação entre ciência e religião continua a ser de desconfiada coabitação, nalguns casos sob a falsa aparência de mútuo respeito. A guerra, mais ou menos declarada, entre criacionistas e evolucionistas é a melhor demonstração do que se diz. Falo nisto porque recentemente se concretizaram descobertas importantes no campo da paleontologia e da biologia que constituem fortes suportes para a teoria darwiniana.
A primeira diz respeito ao resultado do estudo de fósseis do Ardipithecus ramidis, encontrados na Etiópia. Avançou-se do conhecimento que tínhamos do Australophitecus, descoberto em 1924 na África do Sul - “apenas” com cerca de 3,7 milhões de anos -, para um antepassado do homem actual que existiu há 4,4 milhões de anos. É mais um elo na cadeia que nos liga à criatura comum com o chimpanzé, que viveu há cerca de 6 milhões de anos. Pelo estudo da sua anatomia, conseguem os paleo-antropólogos avançar com hipóteses sobre os seus hábitos alimentares, “sociais” e outros, cujo conhecimento é interessantíssimo. (ver http://www.sciencemag.org/ardipithecus/)
A segunda descoberta respeita à modificação do perfil genético na população da tribo Fore, na Papua Nova Guiné. Até 1950, era tradição os nativos comerem o encéfalo dos mortos durante a cerimónia fúnebre. Tal constituía o mecanismo de transmissão de um prião responsável pelo kuru, doença semelhante à Doença de Creutzfeldt–Jakob, variedade humana da “doença das vacas loucas”. Verificou-se que existe actualmente nessa população um gene único no mundo, que confere imunidade para a doença e cuja frequência aumentou até se observar em 8% da população. O aparecimento do gene e o aumento da sua frequência são, com grande probabilidade, fenómenos de mutação e selecção natural, respectivamente. A mutação confere resistência quase completa à doença e os mutantes vivem mais e têm maior descendência.
Curiosamente, é nos Estados Unidos, o país do Planeta mais desenvolvido cientificamente, que os confrontos entre criacionistas e evolucionistas são mais acesos. Poderá dizer-se que a percentagem de criacionistas é pequena mas, numa população de 300 milhões, representa um movimento fortíssimo. E não é exclusivamente constituído por gente mal informada. Pelo contrário, ao ler os seus textos, podemos constatar que conhecem muito bem o método científico, embora representem correntes variadas, desde os chamados “Terra Jovem”, que acreditam num universo com apenas alguns milhares de anos, onde todos os seres vivos foram criados em pouco tempo e na sua forma actual ou muito próxima, até os da “Terra Velha” que aceitam o universo muito antigo, mas rejeitam a evolução biológica.
A despeito do facto de as posições criacionistas não terem nenhuma base científica, muitos professores estão sob enorme pressão para que as várias formas de criacionismo sejam ensinadas nas escolas, juntamente com o evolucionismo, e até em sua substituição. Em boa verdade, não há nada pior que o imobilismo intelectual e a intolerância ditada por convicções religiosas, ou outras, mal digeridas.
A primeira diz respeito ao resultado do estudo de fósseis do Ardipithecus ramidis, encontrados na Etiópia. Avançou-se do conhecimento que tínhamos do Australophitecus, descoberto em 1924 na África do Sul - “apenas” com cerca de 3,7 milhões de anos -, para um antepassado do homem actual que existiu há 4,4 milhões de anos. É mais um elo na cadeia que nos liga à criatura comum com o chimpanzé, que viveu há cerca de 6 milhões de anos. Pelo estudo da sua anatomia, conseguem os paleo-antropólogos avançar com hipóteses sobre os seus hábitos alimentares, “sociais” e outros, cujo conhecimento é interessantíssimo. (ver http://www.sciencemag.org/ardipithecus/)
A segunda descoberta respeita à modificação do perfil genético na população da tribo Fore, na Papua Nova Guiné. Até 1950, era tradição os nativos comerem o encéfalo dos mortos durante a cerimónia fúnebre. Tal constituía o mecanismo de transmissão de um prião responsável pelo kuru, doença semelhante à Doença de Creutzfeldt–Jakob, variedade humana da “doença das vacas loucas”. Verificou-se que existe actualmente nessa população um gene único no mundo, que confere imunidade para a doença e cuja frequência aumentou até se observar em 8% da população. O aparecimento do gene e o aumento da sua frequência são, com grande probabilidade, fenómenos de mutação e selecção natural, respectivamente. A mutação confere resistência quase completa à doença e os mutantes vivem mais e têm maior descendência.
Curiosamente, é nos Estados Unidos, o país do Planeta mais desenvolvido cientificamente, que os confrontos entre criacionistas e evolucionistas são mais acesos. Poderá dizer-se que a percentagem de criacionistas é pequena mas, numa população de 300 milhões, representa um movimento fortíssimo. E não é exclusivamente constituído por gente mal informada. Pelo contrário, ao ler os seus textos, podemos constatar que conhecem muito bem o método científico, embora representem correntes variadas, desde os chamados “Terra Jovem”, que acreditam num universo com apenas alguns milhares de anos, onde todos os seres vivos foram criados em pouco tempo e na sua forma actual ou muito próxima, até os da “Terra Velha” que aceitam o universo muito antigo, mas rejeitam a evolução biológica.
A despeito do facto de as posições criacionistas não terem nenhuma base científica, muitos professores estão sob enorme pressão para que as várias formas de criacionismo sejam ensinadas nas escolas, juntamente com o evolucionismo, e até em sua substituição. Em boa verdade, não há nada pior que o imobilismo intelectual e a intolerância ditada por convicções religiosas, ou outras, mal digeridas.
quinta-feira, 26 de novembro de 2009
CERTIFICADOS DO REGISTO CRIMINAL
[...] Só fica a questão: que Estado é este em que o chefe do Executivo tem de, com soturna regularidade, ir à Procuradoria pedir uma espécie de registo criminal que descrimine vários episódios de crime público e privado e que acaba sempre com um duvidoso equivalente a "nada consta - até aqui". [...]
Mário Crespo
Jornal de Notícias, 23 de Novembro de 2009
quarta-feira, 25 de novembro de 2009
O PROVÉRBIO
Água e vento são meio sustento.
(Perfeitamente actual, no contexto do desenvolvimento sustentável)
(Perfeitamente actual, no contexto do desenvolvimento sustentável)
terça-feira, 24 de novembro de 2009
BOCHECHAS E BOCHECHOS
Dizem-me que a Justiça vai mal em Portugal. Mas como poderia ir de outra forma num país em que o Senhor Presidente do Supremo Tribunal de Justiça participa na calçada da rua em conferências de imprensa e briefings sobre processos sigilosos que tem entre mãos e onde afirma, entre outras coisas, que as certidões lhe chegam “às bochechas”? Ficamos, ainda assim, sem saber se são recebidas aos poucos, ou se já lhe atingem a altura das mandíbulas. Mesmo considerando a sua pequena estatura, física mas não mental, convenhamos que, a confirmar-se a segunda hipótese, se trata de uma verdadeira preia-mar judicial, explicação cabal para a trapalhada forense em curso.
segunda-feira, 23 de novembro de 2009
TEMAS PARA PENSAR
[...] Os 3,5 milhares de milhões de anos (da vida na Terra) também levantam problemas inultrapassáveis para os milhões de mutações necessárias à evolução desde a primeira célula até nós, uma vez que não é tempo suficiente para ocorrerem aleatoriamente todas as necessárias. E onde estão os milhões de fósseis intermediários das 250.000 espécies cujos fósseis estão registados? Não existem. A aritmética, simplesmente, parece desmentir a teoria [...]
[...] As mutações, quase sempre, significam perda de informação genética e prejuízo para o organismo mutante. Ocasionalmente, podem beneficiá-lo em circunstâncias específicas, mas admitir benefícios em todas as mutações que a evolução exige, é uma fantasia. [...]
Rory Nicholson
O evolucionismo é uma teoria fascinante mas, como todas as teorias científicas, tem pontos fracos.
BERLUSCONI, SISTEMA, E AS LAVAGENS AO CÉREBRO
O “TimesOnline” inclui hoje a notícia de mais um escândalo envolvendo Silvio Berlusconi e a senhora Patrizia D’Addario, perseguida e ameaçada pela polícia depois de ter prestado serviços íntimos ao primeiro-ministro e que o acusa agora de ter colaborado com a Máfia.
A propósito, um leitor do jornal faz o seguinte comentário: Há dois tipos de apoiantes de Berlusconi: os que fazem parte do sistema e aspiram ser como ele, e os que são submetidos a lavagem ao cérebro pelos órgãos de comunicação social (muitos dos quais são propriedade dele).
O comentário lembra qualquer coisa parecida.
A propósito, um leitor do jornal faz o seguinte comentário: Há dois tipos de apoiantes de Berlusconi: os que fazem parte do sistema e aspiram ser como ele, e os que são submetidos a lavagem ao cérebro pelos órgãos de comunicação social (muitos dos quais são propriedade dele).
O comentário lembra qualquer coisa parecida.
domingo, 22 de novembro de 2009
A ORELHA DE VAN GOGH
Na noite do dia 23 de Dezembro de 1888, Gauguin decidiu abandonar a casa que partilhava com van Gogh e saiu de bagagem aviada e a espada na mão – era um experiente esgrimista. Gauguin foi seguido pelo amigo que, horas antes, lhe tinha atirado um copo de vidro. Ao aproximarem-se de um bordel, a discussão intensificou-se e Gauguin cortou a orelha esquerda de van Gogh com a espada que empunhava. van Gogh embrulhou a orelha e ofereceu-a a Rachel, uma prostituta.
Esta é a nova versão da história da orelha - que na realidade não foi verdadeiramente toda a orelha, mas apenas o lóbulo do lado direito – da autoria dos historiadores alemães Hans Kaufmann e Rita Wildegans. O comportamento do artista não foi tão anormal como a versão da auto-mutilação sugeria. O apêndice auricular do pintor viria a converter-se num ícone usado em marcas comerciais e nomes de músicas, cafés, bandas, discotecas, livrarias, e por aí fora.
A sua vida está cheia de referências a distúrbios mentais e físicos, uns eventualmente verdadeiros, e outros do foro da imaginação dos historiadores de arte. Diz-se que era daltónico, o que custa a acreditar, e também que sofria de xantopsia, perturbação visual caracterizada por todos os objectos parecerem amarelados, coisa admissível olhando para a sua obra.
O génio e a personalidade do maior pintor de todos os tempos (acho eu) continuam a seduzir e a alimentar o interesse dos historiadores.
Esta é a nova versão da história da orelha - que na realidade não foi verdadeiramente toda a orelha, mas apenas o lóbulo do lado direito – da autoria dos historiadores alemães Hans Kaufmann e Rita Wildegans. O comportamento do artista não foi tão anormal como a versão da auto-mutilação sugeria. O apêndice auricular do pintor viria a converter-se num ícone usado em marcas comerciais e nomes de músicas, cafés, bandas, discotecas, livrarias, e por aí fora.
A sua vida está cheia de referências a distúrbios mentais e físicos, uns eventualmente verdadeiros, e outros do foro da imaginação dos historiadores de arte. Diz-se que era daltónico, o que custa a acreditar, e também que sofria de xantopsia, perturbação visual caracterizada por todos os objectos parecerem amarelados, coisa admissível olhando para a sua obra.
O génio e a personalidade do maior pintor de todos os tempos (acho eu) continuam a seduzir e a alimentar o interesse dos historiadores.
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