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Vivemos em época de escândalos financeiros, ameaça de bancarrota em velhos países, e manobras subterrâneas de instituições internacionais importantes mas de seriedade duvidosa nos actos. Tudo é suspeito de obedecer a esquemas orquestrados, não se sabe bem por quem, que vão destruindo a Europa. No meio desta, uma Nação prospera no meio do maior silêncio, como sempre prosperou: a Suíça.
Em 2000, o Ministro das Finanças suíço disse publicamente esta pérola: O segredo bancário suíço é como a espingarda de guerra que os soldados mantêm em casa. Referia-se ao facto do serviço militar ser obrigatório naquele País e os militares levarem consigo uma espingarda e algumas munições quando voltam à vida civil. A imagem mostra bem a importância do segredo bancário na Suíça, teoricamente inspirado pela convicção, emanada da Declaração Universal dos Direitos Humanos, de que é uma liberdade individual aplicada à privacidade da vida financeira e económica.
Mas é a fé democrática nos direitos humanos assim tão fervorosa nos helvéticos? Oficialmente, parece que sim. Off the record, parece que não. Jean Ziegler, antigo professor de Sociologia em Genebra e Paris, há mais de 30 anos que denuncia a pouca vergonha da banca da sua Pátria, especialmente a colaboração com a Alemanha de Hitler e o financiamento do esforço de guerra nazi a troco de ouro e outros tesouros roubados em nações invadidas e aos judeus, e ainda a protecção dada a bandidos de todo o mundo para guadar e investir dinheiro roubado, seja Mobutu, Papa-Doc, Eduardo dos Santos, Mugabe, ou outro qualquer.
Segundo Ziegler, a Suíça detém 27% dos mercados financeiros offshore do mundo. Numa terra de 8 milhões de habitantes, 107 mil pessoas trabalham em bancos. E acrescenta: Manusear dinheiro reveste-se de carácter sacramental. Guardar, recolher, contar, especular e ocultar dinheiro são actos que se revestem de uma majestade ontológica, que nenhuma palavra deve macular e se realizam em silêncio e recolhimento.
Uns trastes com reputação de "civilizados"!
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