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Em tempos, dizia-se que a luz se propagava através de um meio: o éter. E porque se propagava a luz através do éter? Questão de resposta fácil: as ondas marítimas propagam-se no meio material água, as ondas sonoras propagam-se no meio material ar e as ondas electromagnéticas da luz tinham que ter também um meio material para a propagação; naturalmente o éter. Uma ternura!
Mais tarde viria a saber-se que as ondas electromagnéticas se propagam no vácuo, sem necessidade suporte material, mas dá muito mais trabalho e consome muita mais energia e investigação desfazer uma asneira do que construí-la. Ainda assim, o éter perdeu a batalha, mas não perdeu a guerra. Continua a andar por aí, a servir de muleta a muita teoria das ciências autênticas e a quase toda a teoria das putativas ciências. Para dar exemplo das primeiras, lembro a matéria negra e a partícula de Higgs, que nunca se observaram, mas o estado do conhecimento actual “exige” que existam para entender outras coisas que julgamos ter percebido. Neste momento, são apenas éteres.
Quando entramos em matéria de putativa ciência, é quase tudo éter. Desde as medicinas alternativas, com a homeopatia à cabeça, seguida pela acupunctura e outras técnicas esdrúxulas, tudo é baseado no éter; assim como a Astrologia, a Quiromancia e outras artes semelhantes.
Chegado aqui, e era aqui que queria chegar, pergunto: que quantidade de éter existe nos critérios das agências de notação do crédito. Isto é, a Moody’s trabalha apoiada em éter? Mesmo admitindo que usa boa fé, quanto é que o éter pesa nas suas avaliações?
Andam Portugal e a Europa envolvidos numa luta com a Moody’s porque a Moody’s usou o éter no nosso País, e prepara-se para usar o éter também na Itália; e ninguém pergunta à Moody’s qual é a percentagem da sua opinião que não é éter. Têm de perguntar!
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