domingo, 3 de julho de 2011

PSICOLOGIA E RELIGIOSIDADE

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Li hoje um texto, da autoria de Paul Bloom, professor de Psicologia na Universidade de Yale, com este pensamento:

As pessoas já acreditaram que a Terra era plana e as doenças mentais eram provocadas por possessão demoníaca, mas deixaram de pensar assim. Quanto à alma, mesmo sabendo que a mente é produto do cérebro, o problema é diferente. A percepção que temos da nossa individualidade diz respeito a qualquer coisa imaterial. É um conceito com raízes profundas que se pode resumir assim: nós não somos corpos; antes, ocupamos ou habitamos os nossos corpos.
As crianças são um exemplo desse dualismo quando apreciam histórias de pessoas que abandonam o corpo e viajam para terras distantes, ou da rã que se transforma em príncipe. E quando se trata da morte, aceitam facilmente que a alma, ou a individualidade imaterial referida, ascende a outro mundo, ou incarna noutro corpo.
É este um ponto de vista muito inteligente na perspectiva psicológica. Não está em causa a confusão com a alma e a actividade psíquica pois, segundo julgo, essa matéria estará explicada pelos teólogos: para os crentes, a alma é uma qualidade, ou atributo conferido por Deus ao homem, independentemente de ter mente, e consequentemente, são coisas distintas. Mas a teoria de Paul Bloom explica a tendência natural do homem para a religiosidade. A separação do eu e do corpo, e a dificuldade em aceitar a morte integral com a morte do corpo, tornam o homem receptivo à existência de qualquer coisa que persiste para além da vida na Terra. Tal receptividade para a religiosidade pode ser considerada obra divina por quem acredita, naturalmente. Penso eu...
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