Ouve-se com espanto, nos mentideros da "Operação Marquês", que terá havido atribuição por ajuste directo de empreitadas e outros serviços a amigos, compadres e figurões sortidos, com mútua vantagem para contratantes e contratados. Por suspeita de tal crime, encontra-se o Zezito de cana em Évora, no número 44. Se é verdade, está lá muito bem.
Mas uma pergunta se alevanta: pode um primeiro-ministro ser o único responsável pela adjudicação de obras de beneficiação em escolas, hospitais, tribunais, rebabá; pela escolha dos vendedores de medicamentos, vacinas e material hospitalar para o Estado; pela decisão de quem deve beneficiar da diplomacia económica e ir para a Venezuela fazer fortuna com as obras demagógicas de Chávez; pela negociação das PPP com contratos leoninamente favoráveis aos "amigos" e ruinosos para o Estado; e pela completa falta de vergonha no comportamento do Governo?
Não pode!
Então essas coisas não passam pelas mãos de ministros e secretários de Estado, responsáveis pelas várias áreas da administração pública? Limitaram-se estes a assinar de cruz, ingenuamente?
Essa ninguém engole. Se as suspeitas que caem sobre o Zezito se confirmam, é obrigatório escavar mais um bom bocado para perceber completamente a anatomia do polvo, ou a teia da aranha.
Neste momento, deve andar por aí muito figurão a quem não cabe um feijão no cu—calados como ratos, sem saber como desfrutar das prebendas recebidas. Além de despojados do roubado, devem ser instalados de imediato nos quartos 45, 46, 47... do hotel de Évora—JÁ! Antes que arrefeça..
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