quarta-feira, 30 de junho de 2010

OS ESPIÕES QUE (AINDA) VÊM DO FRIO

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Domingo passado viu surgir nos Estados Unidos a notícia de uma história digna de romance de John le Carré. De supetão, o FBI prendeu dez cidadãos estrangeiros, acusando-os de pertencerem a uma rede de espionagem a favor da Rússia. Um 11º elemento, encarregado da distribuição de dinheiro à rede, foi preso ontem no aeroporto de Larnaca quando tentava sair para Budapeste.
De acordo com a polícia federal americana, Cynthia Murphy, uma das detidas, havia recebido instruções do SVR, sucessor da KGB, para se insinuar junto de um financeiro nova-iorquino descrito como angariador de fundos de grande partido político e amigo pessoal de membros do governo. Tal perfil é o de Alan Patricof, gestor da campanha para o Senado de Hillary Clinton e seu próximo, o que ele confirma.
Robert Christopher Metsos, o detido em Chipre, viajava constantemente de e para os Estados Unidos com documentos falsos, transportando de Moscovo centenas de milhares de dólares em numerário para financiar a organização.
A rede usava métodos de filme, segundo o FBI, com equipamento de comunicações high-tech, garrafas de cerveja enterradas, tinta invisível, senhas do tipo “É maravilhoso ser Pai Natal no Verão”, blá, blá, blá.
Anna Chapman (na fotografia acima), outra das detidas, havia já estado em Inglaterra a trabalhar na firma de aluguer de aviões "NetJets Europe 2004" e, segundo ela, no "Barclays", coisa que o banco desmente. É descrita por quem sabe como “sexualmente agressiva”, enquanto outros, simplesmente, pensavam tratar-se de uma prostituta.
Um agente infiltrado do FBI, fez gravações dos encontros com ela, levou-lhe o computador portátil porque precisava de arranjo, e conseguiu a promessa de que lhe arranjaria um passaporte falso para outro agente.
Os investigadores pensam que a rede tinha como objectivo obter informações sobre política externa americana, finanças, economia e tecnologia. O governo de Putin, que pelo visto ainda não se curou daquela coisa do KGB, além de admitir que alguns dos presos são russos, diz não perceber nada do que os americanos estão a falar. Eh, eh, eh...
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