segunda-feira, 5 de julho de 2010

O PÃO, O CIRCO E A LAPA


Após o domínio da Península Itálica, os romanos venceram os cartagineses de Aníbal, a que se seguiram Grécia, Egipto, Macedónia, Gália, Germânia, Trácia, Síria e Palestina. Era enorme o Império e a vida dos romanos mudou: os povos conquistados foram escravizados e colectados e os bens produzidos enviados a Roma. Escravos e importação trouxeram grande desemprego na agricultura da Península e migração das áreas rurais para as cidades.
O crescimento urbano de desempregados era uma ameaça social e o imperador, consciente disso, lançou a tão decantada política do pão e circo. Quase diariamente eram organizados espectáculos nos circos, onde eram distribuídos alimentos ao povão. Ainda hoje serve tal estrategema.
Lembrei-me disto ao ler hoje um artigo de João Paulo Guerra de onde transcrevo a seguinte passagem: Agora que [Portugal] precisava do futebol como tábua de salvação para a auto-estima e lenitivo para a crise e a austeridade, nem o futebol valeu. Um estenderete, não tanto pelo resultado como pelo chavascal indecoroso que se seguiu e segue.É isso mesmo – estenderete! E não é o resultado, não senhor, que até não foi tão mau como isso; foi o chavascal que se seguiu e segue, sim senhor. A imagem de Queiroz agarrado ao lugar como uma lapa, quando nem Madaíl tem cara para o defender, é patética. Daqui lhe lembro que será fácil voltar ao Manchester, de onde nunca devia ter saído. E depois das experiências mal sucedidas noutros empreendimentos como treinador principal, é altura de Queiroz perceber que ser bom segundo é melhor que mau primeiro. Nem todos nascem para isso e Queiroz não nasceu.
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