A revista "The New Yorker" inclui no último número um editorial sobre o futebol, da autoria de Hendrik Hertzber, que começa por por perguntar se os americanos detestam o futebol; não o genuíno (naturalmente, o americano), mas o que é jogado chutando a bola com o pé e conhecido no mundo por football, futbal, futball, fútbol, futebol, fotball, fótbolti, fußball, ou jalkapallo, tradução literal finlandesa. O soccer, em suma.
O desporto está em crescendo nos Estados Unidos: os jogos do Campeonato do Mundo, contra a Inglaterra, Gana e Argélia, tiveram assistências na TV a rondar os 20 milhões de espectadores; estima-se que 5 milhões de jovens joguem futebol regularmente; e é o desporto com mais praticantes adolescentes a participar em ligas organizadas.
Mas há entraves à difusão do soccer na terra do Tio Sam. Desde logo ligados ao dinheirinho. É espectáculo pouco interessante para anunciadores: os períodos de jogo são muito compridos, sem interrupções para metralhar a audiência com publicidade; e os rótulos inseridos nas camisolas, do pescoço até ao umbigo, vêem-se mal na TV. Também só um intervalo dá poucas oportunidades para ir ao frigorífico buscar e deitar abaixo cervejolas, e os jogadores ficam tão pequenos nas televisões que o americano médio não tem agilidade mental para acompanhar aquilo.
Mas há mais! Há razões políticas e patrióticas! É verdade: o soccer é o futebol socialista europeu!
Não é anedota. Quando os Estados Unidos se candidataram à organização do Campenato de Mundo, o congressista republicano Jack Kemp propôs uma resolução de rejeição no Congresso, que viria a vingar, alegando que o futebol americano era capitalismo democrático e o soccer era socialismo europeu.
Mas há ainda pior. O soccer, dizem os conservadores, é coisa de hispânicos; e quando se fala em hispânicos, não é de descendentes de espanhóis, não senhor. É de indígenas da América do Sul que inventaram o soccer, praticando-o com as cabeças decapitadas dos inimigos!
Estamos a falar da nação mais desenvolvida, científica e tecnologicamente, do planeta Terra; mas onde metade da população põe em dúvida o evolucionismo, e onde se diz com ar sério na rádio, pela voz do popular Gordon Liddy, como foi inventado o soccer lá em baixo, na América dos hispânicos.
Haja Deus!
O desporto está em crescendo nos Estados Unidos: os jogos do Campeonato do Mundo, contra a Inglaterra, Gana e Argélia, tiveram assistências na TV a rondar os 20 milhões de espectadores; estima-se que 5 milhões de jovens joguem futebol regularmente; e é o desporto com mais praticantes adolescentes a participar em ligas organizadas.
Mas há entraves à difusão do soccer na terra do Tio Sam. Desde logo ligados ao dinheirinho. É espectáculo pouco interessante para anunciadores: os períodos de jogo são muito compridos, sem interrupções para metralhar a audiência com publicidade; e os rótulos inseridos nas camisolas, do pescoço até ao umbigo, vêem-se mal na TV. Também só um intervalo dá poucas oportunidades para ir ao frigorífico buscar e deitar abaixo cervejolas, e os jogadores ficam tão pequenos nas televisões que o americano médio não tem agilidade mental para acompanhar aquilo.
Mas há mais! Há razões políticas e patrióticas! É verdade: o soccer é o futebol socialista europeu!
Não é anedota. Quando os Estados Unidos se candidataram à organização do Campenato de Mundo, o congressista republicano Jack Kemp propôs uma resolução de rejeição no Congresso, que viria a vingar, alegando que o futebol americano era capitalismo democrático e o soccer era socialismo europeu.
Mas há ainda pior. O soccer, dizem os conservadores, é coisa de hispânicos; e quando se fala em hispânicos, não é de descendentes de espanhóis, não senhor. É de indígenas da América do Sul que inventaram o soccer, praticando-o com as cabeças decapitadas dos inimigos!
Estamos a falar da nação mais desenvolvida, científica e tecnologicamente, do planeta Terra; mas onde metade da população põe em dúvida o evolucionismo, e onde se diz com ar sério na rádio, pela voz do popular Gordon Liddy, como foi inventado o soccer lá em baixo, na América dos hispânicos.
Haja Deus!
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