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A imagem das novas instalações industriais mudou completamente. O que eram espaços cheios de máquinas e pessoas passaram a ser espaços cheios de máquinas tout court, ou quase. Na última década, a produção industrial dos Estados Unidos aumentou um terço e o número de empregados diminuiu também um terço.
Dir-se-á que a nova tecnologia liquida alguns empregos, mas cria outros. É verdade, mas a experiência parece estar a mostrar que a compensação não é suficiente. Por um lado, e principalmente, porque os novos empregos são exigentes nos níveis de educação dos empregados, níveis que nem os países mais desenvolvidos podem satisfazer cabalmente. Nos Estados Unidos, o desemprego acima dos 25 anos de idade é de 13,8% para quem não completou o liceu, de 8,7% para quem o acabou, de 7,7% para quem tem um bacharelato ou equivalente, e de 4,1% para licenciados ou quem tem formação académica superior a isso.
O cidadão com formação média, à procura dum emprego de nível médio, para ter um estilo de vida médio é espécie em extinção. Como escreve Thomas Friedman no New York Times, average is over.
Por outro lado, a pressão da concorrência e a facilidade do que se chama deslocalização criam situações de simetria com faces opostas inaceitáveis: dum lado o desemprego e do outro o trabalho quase escravo.
É o referido para ficar? Provavelmente não. Mas é para durar.
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