Nas sociedades industriais modernas, número crescente de pessoas têm uma vida livre de privações. Tal conquista deve-se a muitos especialistas que trabalham em áreas limitadas do saber. É próprio dos indivíduos ansiar por uma visão global dos valores culturais e, quando assim não é, temos de criar neles esse interesse. Mas é possível despertar nos especialistas – os “bárbaros culturais” – entusiasmo por arte ou literatura? E, inversamente, é possível convencer os cultores das humanidades que as descobertas científicas constituem parte integrante da cultura humana universal? Ou, pondo as coisas de outra forma mais geral, usando a noção tornada popular no Século XX por C.P. Snow, é possível lançar pontes sobre o fosso que separa as “duas culturas”, entre as humanidades e as ciências da natureza? São os homens actuais capazes de fazer tal síntese e é esse objectivo possível ou útil para a sociedade? Ao fim e ao cabo, a capacidade do indivíduo absorver conhecimentos é muito limitada; e, além disso, não é distintivo dos grandes especialistas que a dedicação aos seus campos profissionais representa a resposta a um chamamento, o trabalho das suas vidas, a satisfação total, a auto-realização?
Bela peça, tirada do livro “Cultural History of Physics”,
de Károly Simonyi, já ontem aqui citado.
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